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Caminhão de lixo da Limpurb vai coletar apenas materiais recicláveis no Carnaval

Todo o material vai ser doado a uma cooperativa

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 15:47

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Arquivo Correio

Ele vai entrar na avenida só depois que o último trio deixar o circuito Campo Grande (Osmar), lá por volta das 4h da manhã. A sua missão é recolher toda a sujeira deixada pelos foliões. A empresa de engenharia sustentável Revita e a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) vão disponibilizar um caminhão de lixo apenas para recolher materiais que for de plástico, como as garrafas pets.

O veículo foi disponibilizado pela Limpurb, mas os funcionários, cerca de 10 garis, são da empresa Revita, que presta serviço à Limpurb. Essa é a primeira vez que um caminhão entra no circuito do carnaval apenas para recolher esse tipo de produto.

Mas a intenção, adianta o gerente de operações da Revita, Tadeu Coqueiro é que, se a ideia der certo, o caminhão possa também recolher o material pet no circuito Barra/Ondina (Dodô). E, já que se trata de uma experiência, a princípio, o caminhão deve ficar por lá mesmo, no Circuito Osmar, por ser menor que o Dodô. 

"É uma operação que nos da um prazer imenso. Um prazer do tamanho do carnaval de Salvador. O carnaval é uma operação que envolve cerca de 1 200 profissionais. É gratificante chegar na avenida, após o carnaval, com tudo sujo e, por volta das 9 da manhã ver a avenida toda limpa, lavada  e cheirosa", disse Tadeu.   

Reciclagem Antes, depois e durante, eles estão por ali, catando as latinhas de cerveja que nós, foliões, acabamos deixando no caminho. Os catadores além de faturar uma grana, acabam também ajudando a Limpurb e a Revita na limpeza da cidade. Mas o plástico acaba ficando para trás porque no mercado ele vale bem menos que o alumínio. 

As cooperativas compram o quilo do alumínio por, em média, R$4. Já o material pet é vendido por R$0,80 o quilo. O fundador e presidente da Cooperativa do Bariri, Elias Bezerra, percebeu que, depois da folia, sobrava garrafinhas pelas ruas. Foi aí que nasceu a ideia de sugerir à Limpurb que um caminhão coletasse todo o lixo reciclável. 

"Ano passado eu estive na avenida com meu caminhão baú, fui em alguns camarotes recolher as garrafas pets. Em poucos minutos, lotei o veículo. Vim estudando e cheguei a conclusão de que precisava de um carro para comprimir o material. Foi aí que nasceu a ideia de procurar a Limpurb", conta Elias.

O material pet que vai ser coletado este ano vai ser todo doado para a cooperativa de Elias que prevê conseguir algo em torno de 700 kg de plástico por dia. Tudo que for recolhido será vendido para uma outra empresa que fornece o material para o presídio da Mata Escura, onde presos produzem objetos com materiais recicláveis. 

Coleta Antes mesmo do caminhão entrar na avenida para recolher os plásticos, funcionários da Revita e de outras empresas de limpeza contratadas pela Limpurb vão estar deixando a área limpa. Os garis vão colocar o lixo amontoado para, posteriormente, o caminhão lixo recolher aquilo que for reciclável. 

" O caminhão da coleta dos plásticos vai tirar o que serve para ele e vai deixar o que não serve para um outro caminhão da Limpurb", explica o presidente da Limpurb, Kaio Moraes. Ainda de acordo com ele, 3 mil garis devem trabalhar durante os dias de folia. A expectativa é que seja recolhida durante todo o carnaval 600 toneladas de lixo. 

A limpeza se estende também para a praia da Barra. Por lá, todos os dias três tratores passam retirando tudo aquilo que foi "esquecido" pelos banhistas.

"Temos o cuidado também de estender a limpeza para o Porto da Barra. Nesse período do ano, com o grande fluxo de turistas, aumenta a quantidade de varrição. Todos os dias, os tratores de rastelagem cessam a areia da praia", explica Kaio. 

Vandalismo Falando nisso, nove contêineres climatizados foram alvo de vandalismo antes mesmo da festa começar. Cinco contêineres foram danificados na Barra, próximo ao Hospital Espanhol, dois na Avenida Garibaldi e dois no viaduto Mãe Menininha do Gantois, que liga o Campo Grande ao Vale do Canela. O custo para reparo dos banheiros será de R$ 50 mil.

Mas os equimentos, ainda de acordo com Kaio, já estão à disposição da população. Todas as 12 lâmpadas e luminárias furtadas, seis vasos sanitários, três ar-condicionados modelo split e seis torneiras também furtadas, além de toda parte elétrica – fiação, caixas de disjuntores, três painéis termo acústicos e forro de PVC quebrados foram relocados.