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Estúdio Correio
Publicado em 4 de junho de 2024 às 12:02
Um dos 15 membros internacionais do Conselho Técnico Superior da ISO, o consultor de empresas e vice-presidente do Conselho de Sustentabilidade da FIEB, Jorge Cajazeira, se define como um “ambientalista cético”. Em palestra ministrada no III ESG Fórum Salvador, ele falou sobre acordos, caminhos e desafios acerca das mudanças climáticas, mas também criticou o que chamou de “alarmismo exagerado”.
Na percepção de Cajazeira, executivo baiano que liderou internacionalmente a elaboração da ISO 26.000, primeira norma voltada à responsabilidade social, é inegável que há um aumento da temperatura do planeta, sobretudo a partir do processo de industrialização, mas que tragédias recentes como a do Rio Grande do Sul têm mais relação com problemas de gestão pública do que com as mudanças climáticas.
“Os Estados Unidos emitiram quase um quarto do CO2 do mundo desde 1850. Os países que mais emitem CO2 são os que mais vendem tecnologia, ou seja, esse terrorismo ecológico é do interesse deles. Querem nos fazer acreditar que estamos poluindo, quando, na verdade, temos energia muito mais limpa”, afirmou Cajazeira, ao destacar o potencial sustentável de países em desenvolvimento, como o Brasil, cuja matriz energética é majoritariamente renovável.
Para embasar seu argumento, o especialista citou a norma ISO 14068, voltada à neutralidade de carbono, que prevê entre os mecanismos possíveis a redução, remoção ou compensação do CO2. “O grande golpe é que a proposta dos europeus e demais países tecnológicos é que, a partir de 2027, só vai valer quem remover, ou seja, quem precisar reduzir terá que melhorar sua tecnologia.”
Durante sua palestra, Cajazeira defendeu que existem tecnologias nacionais, voltadas à baixa produção de carbono, que já são suficientes. “Não precisamos de mudanças tecnológicas radicais que só servirão para dar dinheiro aos estrangeiros”, acrescentou.
Nordeste
Cajazeira ressaltou que o Nordeste é a região que menos emite CO2 no Brasil. Grande parte da energia do Nordeste é eólica e solar, não usa o carbono como base. “Uma região de ventos e sol abundantes, que a colocam em uma posição privilegiada.”
O vice-presidente do Conselho de Sustentabilidade da FIEB também apontou a quantidade de plástico nos oceanos como um dos maiores desafios ambientais atuais, uma vez que o ecossistema marinho é um dos principais responsáveis pela absorção de dióxido de carbono (CO2), o que contribui para a redução das emissões dos gases estufa.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 14 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos mares por ano, o que fará com que os oceanos tenham mais plástico do que peixes até 2050.
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