Youtuber Monark é condenado a 1 ano de prisão por injúria

Caso envolve Flávio Dino, Ministro do STF, chamado de “Gordola”, “filho da p*ta” e “bosta” pelo ex-apresentador

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Publicado em 8 de outubro de 2024 às 17:16

O influenciador digital Monark teve todos os seus canais deletados pelo YouTube
O influenciador digital Monark teve todos os seus canais deletados pelo YouTube Crédito: Reprodução/YouTube Flow

O youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, foi condenado pela Justiça Federal pelo crime de injúria cometido contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que na época assumia o cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública.

O crime aconteceu em 2023 durante um podcast apresentado pelo influenciador na plataforma Rumble. Monark mantinha um canal no Youtube com mais de 3 milhões de seguidores, mas foi retirado da plataforma e proibido de monetizar desde 2022.

A condenação de um ano e dois meses de detenção foi decidida pela juíza Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo. Determinada no dia 3 de outubro, a decisão também obriga Monark ao pagamento de R$ 50 mil como indenização.

Por ser uma condenação em regime inicial semiaberto, ele ainda pode recorrer em liberdade.

“Você vai ser escravizado por um gordola. Esse cara sozinho não dura um segundo na rua, não consegue correr 100 metros. Coloca ele na floresta para ver se ele sobrevive. Você vai deixar esse cara ser o seu mestre? Foi para isso que os seus pais te deram educação? Eles se sacrificaram para você servir esse filho da p*ta?”, disse Monark em uma transmissão ao vivo em 2023.

Denúncia criminal

Dino entrou com um processo contra o youtuber em 2023 por injúria e difamação após Monark ter publicado dois vídeos na plataforma Rumble, ofendendo o ministro. Os vídeos teriam sido postados nos dias 17 de maio e 22 de junho, com Monark reagindo a uma fala de Dino.

A queixa-crime acusou Monark por calúnia, crime contra a honra e difamação. A juíza afastou a condenação por difamação, mas alegou que o crime de injúria é comprovado por fatos, “além de qualquer dúvida razoável”.

“É inequívoco que as frases por ele pronunciadas foram ofensivas à dignidade e ao decoro da vítima, bem assim que o acusado teve o dolo específico de injuriar o querelante, no que extrapolou o ânimo de mera crítica”, afirmou a magistrada em entrevista realizada ao G1 São Paulo.

Outras expressões usadas por Monark no podcast, como “esse merda” e “um bosta”, segundo a magistrada, são “utilizadas para fazer referência ao ofendido, são insultos de teor escatológico que afrontam gravemente os atributos morais de querelante, porque lhe atribuem o conceito negativo de dejeto, rejeito, negando-lhe a dignidade intrínseca de que é merecedor por ser pessoa humana”.

A Defensoria Pública, que está representando o youtuber, pediu o trancamento da ação penal.

Caso anterior

O youtuber Monark ficou conhecido pela população em geral por momento em que defendeu a criação de um partido nazista no Flow Podcast em 2022, hoje maior podcast do Brasil na plataforma.

As declarações durante entrevista com deputados federais causaram repúdio do público, da comunidade judaica e de instituições, e se tornaram alvo de uma investigação da Procuradoria Geral da República e pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar se houve apologia ao nazismo.

O apresentador, à época, foi demitido do podcast e teve suas redes sociais retiradas do ar. Proibido de monetizar vídeos no YouTube e fora do Flow Podcast, o influenciador sinalizou a migração para o Rumble, onde proferiu as ofensas que geraram sua condenação.