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XX Panorama Coisa de Cinema começa amanhã com mais de 110 filmes na programação

Sessões acontecem no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 1 de abril de 2025 às 08:32

XX Panorama Coisa de Cinema começa amanhã com mais de 110 filmes na programação
XX Panorama Coisa de Cinema começa amanhã com mais de 110 filmes na programação Crédito: Divulgação

O Festival Panorama Internacional Coisa de Cinema chega, neste ano, à sua XXª edição, transformando as perspectivas do cinema nacional na Bahia e no Brasil. Sua estreia foi em 2002, já de maneira ambiciosa: 33 filmes, diversas sessões lotadas, mais de seis mil pessoas. “Nós tínhamos um cenário da cultura muito diferente de hoje. A gente não tinha editais, os recursos eram restritos. E, falando do cinema brasileiro, nós estávamos com uma produção muito pequena. E o Panorama surge justamente dessa necessidade abrir mais os horizontes, de conseguir mais filmes brasileiros”, relembra o co-idealizador Cláudio Marques.

Hoje, Marques e Marília Hughes Guerreiro, também idealizadora do festival, celebram as múltiplas ramificações da semente plantada há mais de duas décadas, numa edição histórica, de 2 a 8 de abril, com mais de 110 filmes, entre longas e curtas, nacionais e internacionais, exibidos em Salvador (no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira) e em Cachoeira (no Cine Theatro Cachoeirano).

Este ano, a programação recebe as tradicionais competitivas baiana, nacional e internacional, além de mostras temáticas que marcam o evento. Na noite de abertura, nesta quarta, serão exibidos com entrada gratuita, dois filmes com temática indígena: A Queda do Céu, de Eryk Rocha, e Iracema: - Uma Transa Amazônica, de Jorge Bodanzky.

Destaque ainda para a presença de Kleber Mendonça Filho na exibição especial que marca os 20 anos de O Som Ao Redor (2013), filme vencedor do oitavo Panorama, e a mostra dedicada a Sérgio Machado, com quatro documentários do cineasta baiano. Entre eles a estreia de A Bahia Me Fez Assim (2024).

“Enquanto festival de cinema, acompanhamos a trajetória dos diretores. Acho que a gente exibiu no Panorama todas as obras do Kleber Mendonça e do Gabriel Mascaro, por exemplo. A cada novo filme, nós estamos atentos, e o Panorama, de fato, é a principal janela de exibição para que esses filmes cheguem à Bahia”, explica Marília.

O Panorama deste ano trará como novidade o seminário dedicado à exibição, que contará com a participação de mais de 30 exibidores de diversas regiões do Brasil. Segundo Cláudio Marques, a proposta é discutir uma questão central para o setor: a falta de público para os filmes brasileiros: “É uma fragilidade do cinema brasileiro, que é a falta de público para uma quantidade muito grande de filmes sendo feitos”.

Ele aponta que, em 2023, apenas 3% dos ingressos vendidos no país foram para produções nacionais, enquanto os filmes norte-americanos dominaram mais de 90% do mercado. Para Cláudio, encarar esse desafio é fundamental para fortalecer a cinematografia nacional e evitar que sua relevância seja questionada por políticas governamentais que possam reduzir investimentos no setor.

Outro ponto alto no XX Panorama será a Mostra de Filmes Restaurados, que traz clássicos do cinema brasileiro em qualidade 4K. “São filmes fundamentais, que estão sendo recuperados, e a gente gostaria que eles fossem revistos numa sala de cinema em excelentes condições. Inicialmente, foi uma coincidência a gente ter incluído Bye Bye Brasil na nossa programação, sem saber que logo teríamos a notícia da passagem do Cacá. Iracema também é um filme recém-restaurado, importantíssimo, codirigido entre Jorge Bodanzky e Orlando Senna”, destaca a curadora.

No o encerramento, a programação traz um olhar multigeracional e a memória como ponto central de conexão entre obras, apresentando os curtas Dois Nilos, um passeio pelas memórias do cineasta brasileiro Afrânio Vital, e BELA LX-404, último filme com a presença da grande Léa Garcia (1933-2023). Complementa a programação o documentário Brasiliana: O Musical Negro que Apresentou o Brasil ao Mundo, de Joelzito Araújo, que resgata a trajetória da companhia de teatro de revista Brasiliana, que percorreu mais de 90 países ao longo de seus 25 anos.