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Wagner Moura relembra gravações de ‘Guerra Civil’: ‘Voltava para casa com o corpo todo dolorido’

Guerra Civil está em cartaz nos cinemas brasileiros

  • Foto do(a) author(a) Alô Alô Bahia
  • Alô Alô Bahia

Publicado em 19 de abril de 2024 às 19:34

Wagner Moura estrá no filme dirigido por Alex garland
Wagner Moura está no filme dirigido por Alex Garland Crédito: Divulgação

“Guerra Civil”, novo filme protagonizado pelo ator e diretor baiano Wagner Moura, finalmente chegou ao Brasil nesta semana, após liderar as bilheterias dos Estados Unidos (onde arrecadou US$ 25,7 milhões no final de semana de estreia) e render muitos elogios ao brasileiro.

A obra distópica, dirigida por Alex Garland, reúne nomes como o de Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Stephen Henderson e Jesse Plemons no elenco, e evoca um futuro alarmante para a nação norte-americana: o fim da democracia e conflitos provocados pela polarização ideológica e militar.

Wagner vive o jornalista Joel, que viaja pelos EUA em meio à guerra acompanhado de uma colega, a fotógrafa Lee (Kirsten Dunst). Juntos, eles registram a dimensão e a situação de um cenário violento que tomou as ruas em uma rápida escalada, envolvendo toda a nação. No entanto, o trabalho de registro se transforma em uma luta pela sobrevivência.

Joel é um repórter destemido, simpático e viciado na adrenalina de cobrir guerras. Ele convence não só pelo carisma e talento, mas também pela aparência — na gringa, o artista tem sido apontado como galã pelos telespectadores. Em entrevista à GQ Brasil, o brasileiro de 47 anos revelou que precisou se preparar fisicamente para dar conta do desafio.

“Entre um take e outro, para não desaquecer, a gente ficava correndo de um lado para o outro, às vezes fazia alguns abdominais. Voltava para casa com o corpo todo dolorido”, lembra Wagner Moura.

Assuntos do filme

Apesar de levantar discursos delicados, como a xenofobia estimulada pelo patriotismo, “Guerra Civil” tenta fugir pela tangente quando o assunto é política. Segundo defendem Alex Garland e Wagner Moura, o filme não é sobre “esquerda ou direita”, mas sim o perigo que esta divisão provoca no mundo.

Em uma das cenas mais cruéis – de gravar e assistir –, os personagens são violentamente rechaçados e questionados sobre suas nacionalidades por um extremista. O baiano, que reside com a família há sete anos em Los Angeles, Califórnia, nunca sentiu tal preconceito na vida real.

“Sou imigrante”, ressaltou ao refletir a complexidade do momento. “Me pegou de uma forma que eu não esperava que fosse me perturbar do jeito que foi para mim. Causou um desconforto grande.” Ao aproximar a narrativa para a ótica brasileira, ele elabora:

“Esse cenário de guerra que mostramos no filme acontece, de fato, nas favelas do Brasil. (…) Seguimos sendo um país desigual, demasiadamente injusto e perverso com os mais pobres”.