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Hagamenon Brito
Publicado em 25 de maio de 2017 às 04:00
- Atualizado há 2 anos
Johnny Depp volta a viver o irreverente Jack Sparrow no quinto filme da série (Foto:Divulgação) O barulho midiático que antecedeu Piratas do Caribe 5: A Vingança de Salazar não escapa à ironia: um caso de pirataria informática, em que foi exigido um resgate para não divulgar o filme, antes de estrear nos cinema.Se quisermos simplificar a questão, dificilmente uma quinta produção de uma franquia hollywoodiana traria novidades assim tão grandes que justificassem qualquer extorsão à Disney - que não cedeu aos piratas modernos. A começar pelo título, oriundo de uma cena de A Maldição do Pérola Negra (2003), o primeiro capítulo, em que um papagaio pronuncia as mesmas palavras obscuras, ronda a produção um espírito de regresso ao passado, que pode ser visto tanto como uma inteligente economia de ação, quanto uma tentativa simpática de encerrar a saga.A assinatura da dupla norueguesa Joachim Ronning e Espen Sandberg, que tem no currículo uma longa-metragem também passado no alto-mar, A Aventura de Kon Tiki (2012), podia ser um indicador natural de competência para o novo empreendimento.E é justamente uma cena marítima que marca o início: uma criança desce até ao mar profundo para visitar o pai, vítima de uma maldição, destinado a permanecer num navio submerso, o mítico Holandês Voador. Quem é esse homem? Will Turner, num rosto mais maduro de Orlando Bloom, que com essa aparição coloca o filme na rota da nostalgia.Logo depois é a vez de se conhecer o paradeiro do inigualável capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) que sempre com a sua garrafa de rum e uma entrada em grande estilo vem lembrar quem é o legítimo anfitrião da trama. Dessa vez, Sparrow tem dois novos companheiros de peripécias: o filho de Will Turner e uma jovem dada à ciência (a analogia romântica com o casal Orlando Bloom/Keira Knightley é óbvia). Por falar em passado, é de lá que vem o vilão da história, o capitão Salazar, mais conhecido por El Matador del Mar, um zumbi com uma tripulação à sua semelhança, que em tempos idos foi a primeira vítima de um Jack Sparrow jovenzinho (o público é brindado com um flashback desse tempo, em que Depp tem uma cara de 20 anos, graças aos artifícios do digital). Javier Bardem, numa caracterização física igualmente sustentada pela imagem digital, procura dar substância à personagem maléfica, confinada ao purgatório e desejosa de vingança. E aí, vamos nos despedir desses piratas?