Frejat lança DVD e anuncia inédita com Cazuza e turnê com Barão

A Tal Felicidade é o nome do show no qual se insere a cena descrita, gravada no Rio de Janeiro ano passado

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  • Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 13:19

Enquanto toca violão, Roberto Frejat, 50 anos, canta uma de suas frutíferas parcerias com Cazuza (1958-1990), a música Malandragem, eternizada na voz de Cássia Eller (1962-2001). Ao seu lado no palco, seu filho Rafael, 16, o acompanha com a guitarra sob o olhar orgulhoso do pai. Na plateia, a filha Julia, 12, e a mulher – a empresária Alice Pellegatti – cantam junto.

A Tal Felicidade é o nome do show no qual se insere a cena descrita, gravada no Rio de Janeiro ano passado. A apresentação originou o primeiro DVD solo de Frejat, Ao Vivo no Rock in Rio (MZA Music/Globo Marcas), também disponível em CD. O trabalho ganha lançamento amanhã, às 21h, no Barra Salvador Hall (R$ 120/ R$ 60, pista; e R$ 100, camarote), em noite que tem abertura da cantora baiana Thathi; e sexta, no Festival de Lençóis, na Chapada Diamantina, com entrada gratuita.

Depois do sucesso, em julho, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves – “um dos poucos lugares onde fiz dois bis seguidos”, frisa Frejat –, o show dançante está de volta. O repertório reúne canções pinçadas dos seus 10 anos de trajetória solo e 30 como integrante do Barão Vermelho, que retorna aos palcos com a turnê + 1 Dose, no dia 20. Músicas de nomes como Caetano Veloso, Legião Urbana e Tim Maia (1942-1998) também estão na apresentação.

Não faltam motivos para justificar A Tal Felicidade de Roberto Frejat, reconhecido por seu talento e cordialidade. No início da conversa, por telefone, porém, o artista deixa claro que não é necessário filosofar muito sobre o assunto, bem resumido no parágrafo que abre esse texto: “Acordei meus filhos hoje cedo. Essa coisa de você estar em casa com sua mulher e seus filhos; chegar em casa e ficar bem... Talvez seja a maior felicidade de todas”.

Sorte e azarRafael, Julia e Alice acompanham de perto o cuidado com o qual Frejat concilia as carreiras artísticas, que coincidiram as agendas pela primeira vez. De um lado, o Barão Vermelho estreia a turnê comemorativa dos 30 anos do primeiro disco da banda, na Fundição Progresso, Rio, e segue com shows até março de 2013. De outro, o cantor e guitarrista carioca continua com seu trabalho solo pelo Brasil. Frejat resume a situação aos risos: “Para mim, vai ser enlouquecedor! Tentei evitar, mas dessa vez foi impossível de viabilizar isso. Mas somos pessoas civilizadas e vamos conseguir administrar”.

O esforço, segundo ele, vale porque considera que “o Barão, hoje, é muito esse prazer de estar com os meus amigos, tocando uma obra maravilhosa que a gente construiu”. Canções inéditas, portanto, não estão nos planos do grupo, por enquanto. A exceção está em Sorte e Azar, composição de Frejat na voz de Cazuza encontrada entre o material descartado do primeiro álbum do Barão Vermelho, em 1982. A música, remixada e remasterizada pela atual formação do grupo – Frejat, Guto Goffi, Dé Palmeira e Maurício Barros –, vai compor o disco que a Som Livre lançará em novembro para celebrar os 30 anos.

Niemeyer e Canô Depois de explorar seu lado intérprete em A Tal Felicidade, com músicas de artistas que influenciaram sua formação, Frejat planeja um álbum de inéditas para o ano que vem. Ainda sem formato definido, é possível que o novo trabalho seja mais introspectivo que a festiva proposta atual: “Esse conceito não precisa acabar. A tal felicidade pode existir para sempre, é só trabalhar as canções. Esse show pode funcionar para sempre”.

Apesar de demonstrar-se animado com todas as datas comemorativas que vão ocupar sua agenda daqui para frente, Frejat revela que quando o assunto é seu aniversário, a situação muda: “Eu nunca comemoro. Mas este ano resolvi fazer uma festa, porque 50 anos não dá para comemorar de novo, né? Não dá para dobrar. Só Oscar Niemeyer, Dona Canô... Mas eles são de outra geração. Depois de todo esse rock’n’roll, fica difícil!”.