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Roberto Midlej
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 06:08
- Atualizado há 2 anos
O baiano Aly Muritiba, 38 anos, viveu em Mairi, no interior da Bahia, até os 17 anos. Em Curitiba, foi agente penitenciário. “Para espairecer”, como ele mesmo diz, começou a estudar cinema numa faculdade pública e conciliava a vida de estudante com o funcionalismo público.
Até entrar na faculdade, não tinha relação com o cinema: “Eu era um espectador comum, não era cinéfilo. Assistia à Sessão da Tarde e Tela Quente”, lembra o diretor de Para Minha Amada Morta, que marcou sua estreia em longas-metragens.
Agora, ele volta à penitenciária, desta vez como cineasta, para filmar A Gente, um retrato sobre as dificuldades que seus ex-colegas enfrentam no trabalho.
O documentário mostra que faltam desde algemas até rádios para comunicação entre os agentes. Aly diz que a intenção era também revelar como a burocracia dificulta a administração pública.
Para isso, escolheu como personagem o ex-colega Walkiu, inspetor de equipe. “Pela função que ocupa, ele simboliza o elo entre a burocracia e a prática”, revela o cineasta.
Para entrar com a câmera na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, no Paraná, Aly precisou de autorização não somente do Estado, como observa: “Tive que pedir autorização ao crime organizado, que é um segundo poder. Não será surpresa se na eleição houver uma série de deputados eleitos representantes do crime organizado”.
O universo carcerário também será retratado por Aly na segunda temporada de Carcereiros, da qual será roteirista.
Horários de exibição:
Saladearte Cinema do Museu 15h20