Christiane Torloni fala do luto pela morte do filho: 'a arte veio salvar minha vida'

Em entrevista, atriz lembrou que foi em Portugal que ela buscou refúgio durante três anos logo após a morte do menino, aos 11 anos, em 1991

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Publicado em 24 de agosto de 2013 às 10:50

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Christiane Torloni falou sobre a dura recuperação após a morte do filho Guilherme, um dos gêmeos que teve com o diretor Dennis Carvalho, em uma entrevista ao programa “Alta definição”, da emissora portuguesa SIC. No país para lançar a turnê do espetáculo de dança “Teu corpo é meu texto”, a atriz lembrou que foi em Portugal que ela buscou refúgio durante três anos logo após a morte do menino, aos 11 anos, em 1991.

"O luto não passa nunca. Só vai diminuindo de potência, mas está sempre lá. É um convívio diário. Não existe ex-mãe ou ex-filho. Você conviver com isso é o grande desafio da vida. E principalmente não achar que isso foi um castigo. Isso me fez desapegar mais do Leo (o ator Leonardo Carvalho, seu filho), porque temos que aprender que não somos donos de nada. Não temos controle sobre a vida e a morte", disse Torloni, segundo a colunista Patrícia Kogut.

Christiane disse que encontrou no trabalho a energia para continuar vivendo. "Como a essência do ator é donativa, quando você perde seu coração, sua alma, não sabe nem se vai continuar vivo. É uma coisa a que pouca gente sobrevive. Tem gente que está aparentemente viva, mas já morreu há 30 e tantos anos. A arte veio salvar a minha vida. O coração é o que mantém a mente inteira. O maior órgão, o mais delicado é o coração. Na hora que ele se espatifa, a mente se descontrola. Manter seu coração inteiro para a sua mente ficar em ordem é sobrehumano", contou.

Mesmo distante do Brasil na época, Christiane falou que chegou a pensar em ter mais filhos e que continuou recebendo as cartas que os fãs mandavam para ela. "Quando vim morar em Portugal, continuei recebendo as cartas que mandavam para a TV Globo. Eram cartas de suporte. É impressionante como existe uma rede amorosa", disse.