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Portal Edicase
Publicado em 31 de março de 2025 às 12:10
Os cães e gatos, assim como os humanos, podem sofrer com o estresse devido a diversas situações do cotidiano. Mudanças no ambiente, falta de socialização, ausência do tutor, ruídos altos e até mesmo problemas de saúde são fatores que podem deixar os animais de estimação estressados. >
“O estresse é uma reação biológica. Esse mecanismo, que é inerente ao instinto de sobrevivência, coloca o pet em estado de alerta, provocando alterações físicas e emocionais. Essas respostas incluem aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada, tensão muscular e comportamentos de evitação ou até mesmo agressividade”, explica Marina Tiba, médica-veterinária gerente de produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal. >
Embora seja uma reação natural do organismo para lidar com situações de perigo ou desconforto, o estresse prolongado pode ser prejudicial à saúde física e emocional dos pets , causando problemas comportamentais, como agressividade, ansiedade e apatia, doenças gastrointestinais e até dermatites. >
“O estresse ou a ansiedade causam aumento de cortisol e liberação de adrenalina, que podem estar associados à diminuição da imunidade, taquicardia, aumento da pressão arterial e alterações gastrointestinais”, explica Mariana Paraventi, veterinária e coordenadora de operações/franquias da Petland. >
Por isso, é essencial conhecer os sinais do estresse e tomar as medidas para amenizar o problema. Veja a seguir! >
Uma das primeiras manifestações de estresse em cães e gatos é a mudança nos hábitos alimentares. A diminuição do apetite pode indicar que o animal está ansioso, deprimido ou passando por algum desconforto emocional. Já o aumento no consumo de alimentos pode ser uma maneira de buscar alívio ou compensação. Em ambos os casos, a variação no apetite pode levar a perda ou ganho de peso, afetando diretamente a saúde do pet . >
Animais que passam por situações de estresse frequentemente desenvolvem comportamentos destrutivos, como morder móveis, rasgar almofadas, arranhar portas e objetos ou cavar o chão sem motivo aparente. Esses comportamentos indicam que o pet está acumulando tensão e procurando uma maneira de liberar sua ansiedade. Além disso, a destruição pode ocorrer em momentos de ausência do tutor ou após mudanças na rotina. >
O estresse pode levar cães e gatos a se lamberem ou coçarem excessivamente, especialmente em regiões como patas, barriga e flancos. Essa atitude compulsiva é uma forma de aliviar a tensão emocional, mas pode resultar em lesões na pele, feridas abertas e queda de pelos, além de causar infecções secundárias. >
“É muito comum o animal se coçar, lamber, mordiscar ou se esfregar. Pode ser que o cão esteja apenas se limpando, ou com um leve incômodo na pele. Se o tutor notar que esse hábito está acontecendo com mais frequência que o normal, é preciso ligar o alerta”, explica Adolfo Santos, médico-veterinário e docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera. >
Cães que latem ou uivam incessantemente e gatos que miam de forma exagerada e persistente podem estar passando por um período de estresse. A vocalização excessiva é um meio de expressar frustração, medo ou desconforto. Esse comportamento costuma ser mais intenso em situações de mudança, ausência do tutor ou exposição a estímulos intensos, como fogos de artifício e tempestades. >
Animais que normalmente são sociáveis e interativos podem, sob estresse, buscar refúgio em locais isolados e evitar o contato com pessoas ou outros pets . Cães podem se esconder debaixo de móveis, enquanto gatos tendem a se recolher em locais altos ou escuros. Esse comportamento pode indicar que o animal não se sente seguro ou está sobrecarregado emocionalmente. >
O estresse pode influenciar significativamente os hábitos de sono dos animais. Alguns cães e gatos dormem mais do que o habitual, enquanto outros permanecem inquietos e têm dificuldades para relaxar. A insônia e o sono leve podem indicar que o animal está em estado de alerta constante, incapaz de se sentir seguro. >
Cães e gatos que começam a urinar ou defecar fora dos locais habituais podem estar manifestando estresse. Em gatos, a marcação urinária é uma forma de sinalizar insegurança ou desconforto com mudanças no ambiente. Já os cães podem apresentar episódios de incontinência ou descontrole, especialmente em momentos de pânico. >
Mudanças comportamentais que envolvem agressividade, como rosnar, morder ou arranhar, podem ser reflexo de um estado emocional abalado. O pet pode reagir de forma hostil a aproximações que antes eram aceitas, indicando medo ou sobrecarga emocional. >
Embora a troca de pelos seja natural, a queda excessiva pode ser desencadeada por situações de estresse intenso. Isso é especialmente comum após eventos traumáticos ou mudanças significativas na rotina. O estresse prolongado pode interferir no ciclo de crescimento dos pelos, resultando em áreas de falhas e queda generalizada. >
A melhor maneira de evitar o estresse nos animais é proporcionar um ambiente seguro e previsível. Manter uma rotina bem estabelecida, oferecer atividades físicas e mentais e proporcionar momentos de interação afetuosa contribuem para o equilíbrio emocional dos pets . Garantir um ambiente enriquecido com brinquedos, arranhadores e esconderijos também é fundamental. >
“O tutor deve compreender as particularidades do seu pet , adaptar o ambiente, a rotina e as interações para melhor atender às suas necessidades físicas e emocionais. Mas, no geral, as atividades estimulam e podem fazer uma grande diferença no bem-estar emocional do animal e fortalecer o vínculo entre tutor e pet”, explica Wagner Brandão, comportamentalista animal. >
Além disso, é importante ficar atento às particularidades de cada pet , respeitando suas necessidades e limites. Caso os sinais de estresse persistam, buscar a orientação de um veterinário pode fazer toda a diferença para garantir o bem-estar do bichinho. >