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Portal Edicase
Publicado em 4 de março de 2025 às 12:30
A convivência com animais é uma experiência enriquecedora para muitas pessoas, mas é essencial entender as diferenças entre os cuidados necessários para pets domésticos e silvestres. Segundo Izabela Ballarin, professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, cada tipo de animal requer uma atenção especial, tanto para garantir seu bem-estar quanto para preservar a saúde pública e ambiental. >
“Esses animais precisam de alimentação, temperatura e cuidados específicos para sua sobrevivência, além de ambientes que imitem suas condições naturais o máximo possível. A falta de conhecimento sobre essas necessidades pode causar sérios danos à saúde do animal”, explica a veterinária. >
A Portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nº 93/1998 estabelece como fauna silvestre brasileira “todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras”. >
Para garantir o bem-estar dos animais silvestres, Izabela Ballarin elenca 4 cuidados essenciais. Confira! >
Izabela Ballarin explica que a primeira medida para garantir a saúde e o bem-estar de animais silvestres é o respeito às normas de preservação ambiental. Para possuir animais silvestres de forma legal, é necessário obtê-los exclusivamente de um criadouro ou estabelecimento comercial autorizado pelo Ibama ou pelo órgão estadual/distrital competente, que pode estabelecer regras específicas. Além de atender às normas ambientais, a compra do animal também deve acompanhar a nota fiscal e o certificado de origem. >
De acordo com a Lei nº 9.605/1998, “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida” têm pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa. >
“A captura, o comércio e a posse de animais silvestres são proibidos por lei, pois afetam diretamente o equilíbrio ecológico e contribuem para a extinção de espécies. Se você encontrar um animal silvestre ferido ou fora de seu habitat natural, o ideal é procurar ajuda de profissionais especializados em fauna silvestre, como veterinários ou centros de reabilitação, que podem cuidar do animal da maneira adequada e devolvê-lo à natureza”, orienta a professora. >
Os animais silvestres, que são nativos de determinados ecossistemas do nosso país, quando domesticados têm necessidades particulares conforme a espécie. “Quando falamos de animais silvestres, como aves, répteis e mamíferos nativos, é importante lembrar que, em muitos casos, sua adaptação ao ambiente doméstico requer um ambiente pensado e planejado como terrários, aquários, viveiros e demais ambientes nos quais esses animais habitarão”, conta Izabela Ballarin. >
Além do ambiente planejado , a especialista recomenda o enriquecimento ambiental com tocas, cordas, brinquedos, lagos, vasilhas, galhos de árvore, cascalhos etc. “[Essas práticas] são de suma importância para o ambiente parecer o máximo possível com o habitat natural do pet , trazendo conforto e segurança, além de estímulo cognitivo claro. Nutrição e alimentação balanceada são essenciais para pets não convencionais promoverem de saúde e bem-estar. O manejo inadequado pode causar estresse, doenças e até morte precoce”, alerta a professora. >
Ao adquirir um animal silvestre é fundamental entender que o manejo e os cuidados devem ser supervisionados por veterinários especializados. Inclusive, essa área, segundo Izabela Ballarin, está em uma crescente demanda, especialmente à medida que mais pessoas buscam adotar ou cuidar dessas espécies. >
“A medicina veterinária tem se especializado cada vez mais para atender a essas necessidades. Há uma crescente demanda por veterinários especializados em fauna silvestre, que precisam ter um conhecimento aprofundado sobre a biologia e o comportamento dessas espécies para oferecer um atendimento eficaz e ético. A formação nesse campo é essencial para garantir a saúde dos pets não convencionais que tem sido cada vez mais procurados por famílias brasileiras”, conclui a professora. >
Por Bianca Lodi Rieg >