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Tharsila Prates
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 22:40
Escrito por Dostoiévski em 1877, O Sonho de Um Homem Ridículo é uma história atual. Um homem solitário, sem posses e atormentado por não se encaixar na ilusão da vida decide se matar. Durante a reflexão, encontra uma menina que pede ajuda, e ele não reage da maneira esperada, suscitando novos questionamentos pessoais.>
O ator e diretor baiano Kaika Alves traz o enredo do século 19 para 2025, tendo como cenário a biblioteca do Museu de Arte da Bahia (MAB). Cadeiras reviradas em meio a livros espalhados pelo chão dão o tom da desordem e pobreza de um quarto de pensão, com os ruídos da vizinhança e a perturbação de alguém que está prestes a tirar a própria vida. O narrador-protagonista recebe a plateia ainda na porta e a convida a tomar lugar em meio a esse caos, para que a história seja contada.>
Em determinado momento, o personagem sonha com uma espécie de paraíso, uma terra em harmonia onde o homem ainda não conhece o mal. Mas, aos poucos, a discórdia, a intriga e a maldade contaminam esses homens. Então, o personagem acorda para a sua realidade e, totalmente transformado, refaz todos os seus planos numa atitude surpreendente e cheia de significados.>
A ideia de encenar o conto clássico do escritor russo nasceu ainda na pandemia, quando a vivência do isolamento levou muitos a pensar que “o mundo ia se acabar”.>
“Quando li o texto, vi que era uma possibilidade do que o ser humano poderia ter feito. Tomar vergonha na cara e fazer desse mundo o que ele pode ser [de bom]”, diz Kaika.>
A intenção é causar empatia e acender um alerta para esta questão complexa e multifatorial, atravessando os séculos com seu grito de alerta. “A peça trata de um assunto que é de todos nós, o nosso papel aqui. Acho que a gente sai melhor quando lê o texto e espero que saia melhor quando vê a peça também”, afirma Kaika. Está feito o convite.>
Serviço:>
Peça: O Sonho de um Homem Ridículo>
Quando: Sexta e sábado, dias 31 e 1º, às 19h, no MAB, Corredor da Vitória>
Ingressos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), no Sympla>