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Ronaldo Jacobina
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 11:00
Nem bem o ano começou e o chef Fabrício Lemos já está incrementando novos pratos nos restaurantes que integram o Grupo Origem. Quem o conhece sabe do seu apetite voraz por novidades. Daí, talvez, seja por isso que abriu duas casas com menu degustação: o Origem e o Fera Rooftop. Em ambas, essa vontade incontrolável de criar pode ser constantemente saciada. Mas para ele não basta. Vez por outra cisma de mudar o cardápio à la carte de suas demais casas. Quem pensa que é uma estratégia para atrair novos clientes está equivocado. A questão é que o chef gosta de experimentar, de pesquisar e de inventar. E, justiça seja feita, ele é quase sempre certeiro nas alterações de menus.
É o caso do que acabou de criar para o charmoso Omí, um dos dois restaurante que comanda no Fera Palace Hotel, na Rua Chile. Alí, o que já era bom ficou ainda melhor. E pode melhorar ainda mais, já que o chef nem bem apresentou o que acabamos de conhecer e já está se coçando todo para fazer mudanças. Não que a gente tema o que virá, mas é que o que está lá, sendo lindamente executado por David Andrade, chef executivo da operação de alimentos do hotel, está tão bom que defendo que deva permanecer por mais tempo para que o maior número de pessoas possível possa apreciar.
A começar pelo delicioso shot de cajá que dá as boas vindas aos comensais. Tão bom que é replicado em outras casas que levam a sua assinatura. O interessante é que lá, naquele ambiente emoldurado por belíssima arquitetura art decó, a bebida parece ganhar mais sabor. E abre o apetite para o ceviche de peixe branco com o qual iniciei os trabalhos, na companhia de um amigo paulistano que todo ano cumpre, religiosamente, sua temporada de férias de verão pelas bandas de cá. Leve e fresquíssimo, o ceviche vem com aji de coco, milho assado, abacate e crispy de milho negro que além de embelezar o prato traz aquela crocância que contrapõe o frescor do prato. Leve e fresquíssimo, o ceviche vem com aji de coco, milho assado, abacate e crispy de milho negro que além de embelezar o prato traz aquela crocância que contrapõe o frescor do prato.
Me animei e me mimei pedindo um drinque leve, aromático e refrescante, divertidamente chamado de Relaxe, que a simpática atendente Maiara Paixão me sugeriu. E relaxei com a mistura de vodca com suco de capim santo (que tem efeito calmante), mix de cítricos e mel de cacau. Tava todo pronto para apreciar a segunda entrada que confesso, não pediria a que provei, não fosse a sugestão do sempre querido Gil, diretor de alimentos e bebidas do hotel. Não por nada, mas porque é um petisco que tem se tornado comum nos cardápios locais. Mas por instante esqueci que estava numa das casas do chef Fabricio Lemos, que sempre surpreende.
Estou falando do camarão na tapioca, que até já comi melhores, mas considerando seus dois acompanhamentos, o aioli e o vinagrete de manga com pimenta, podemos dizer que é esta dupla, a protagonista desta entradinha, pelo papel que desempenha no enlatecimento do sabor do crustáceo. Já estávamos felizes da vida quando chegou o Pato de Sol apresentado em pequenas fatias, ligeiramente seladas e expostas em fileira sobre uma cama de baião de dois, chapiscado com farofa de tapioca e um creme de queijo leve que não tá ali à toa, mas para suavizar a mistura de sabores.
Já estávamos felizes da vida quando chegou o Pato de Sol apresentado em pequenas fatias, ligeiramente seladas e expostas em fileira sobre uma cama de baião de dois, chapiscado com farofa de tapioca e um creme de queijo leve que não tá ali à toa, mas para suavizar a mistura de sabores. A textura da ave estava perfeita, mas como sou adepto de carnes ao ponto, tenho o mesmo gosto no caso de outros víveres. Daí porque pedi ao chef que desse mais uma leve selada. Confesso que o fiz temendo que a operção demorasse muito e que a carne da ave perderia o suco e a maciez. Errei feio nos dois casos. A carne (ainda mais bonita) chegou de volta num piscar de olhos e com a mesma consistência que saiu da mesa. Bingo!
Embora já estivéssemos nos sentindo plenamente satisfeitos, não resistimos ao filé de angus servido num mil folhas de mandioquinha, aspargos e cogumelos. Vou lhe dizer uma coisa, todos os itens estavam perfeitos, mas a mandioquinha, defendo que passe de coadjuvante a protagonista do prato, porque, meus caros, é bom demais! Por fim, ainda mais relaxado pela segunda dose de Relaxe (perdão pela redundância), quis fechar a experiência com uma sobremesa. Afinal, este menu é assinado pela premiadíssima chef confeiteira, sócia e esposa do chef do grupo, Lisiane Arouca. Mas por precaução, optei por uma sugestão livre de açúcar, carboidrato e glúten. E sabe do que mais? Nunca mais escorregarei nas sobremesas regadas a açúcar. Depois de mais essa experiência espetacular no Omí, já vou me organizar para voltar lá para provar outras coisas do cardápio, antes que o inquieto chef mude tudo outra vez.
SERVIÇO:
@omirestaurante
Fera Palace Hotel – Rua Chile, nº 20, Centro Histórico
Reservas: 71 99653 5703 (WhatsApp)