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'Sou um artista negro. Estou entre os meus', diz CeeLo Green no Festival de Verão

Atração internacional do evento, cantor uniu hip hop, capoeira e música pop dos anos 90 na setlist

  • R
  • Raquel Brito

Publicado em 28 de janeiro de 2024 às 07:43

CeeLo Green no Festival de Verão 2024
CeeLo Green no Festival de Verão 2024 Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Se engana quem acha que o chegar da madrugada fez com que a animação do público do Festival de Verão caísse. Atração internacional deste ano, o estadunidense CeeLo Green prometeu uma performance cheia de energia e, quando já passava de uma hora da manhã deste domingo (28), foi isso que entregou.

Victor Deodato, empresário de 29 anos, chegou mais cedo para garantir seu lugar na grade do artista. Fã desde o lançamento do álbum The Lady Killer, em 2010, ele levou o irmão, a namorada do irmão e um amigo para esperar o show junto com ele.

“Ele tem uma voz maravilhosa. Eu quero ouvir minhas músicas preferidas, mas qualquer coisa que ele cantar vai ser boa, porque o talento dele realmente é único”, diz.

Iolanda Ramos, de 26 anos, fez parecido. A cientista de dados, que acompanha o cantor há quase quinze anos, foi com a esposa e os melhores amigos assistir ao show. “Eu o conheci na época do Acesso MTV, quando ele lançou o clipe de Fuck You. Mas, quando lançou Crazy, virei mais fã ainda. Ele estar aqui é um mega diferencial, o ponto alto da noite para mim”, conta.

O show de CeeLo é um festival por si só. Em cerca de uma hora e meia, ele uniu os tradicionais hip hop, R&B e soul das suas músicas a canções de diversos outros ritmos. No repertório, algumas das canções foram Can You Feel It, do The Jackson 5, Don’t Cha, do The Pussicat Dolls, Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, e Ai, Se Eu Te Pego, de Michel Teló.

Essa última não foi a única referência ao Brasil feita durante a apresentação. O instrumental de “Amigo”, de Roberto Carlos, também deu as caras, mas o destaque foi a celebração à Bahia, num show com direito a capoeira e a exibição de uma bandeira do estado, tudo isso enquanto a canção Magalenha tocava ao fundo.

O que consagrou essa homenagem, entretanto, foi a participação do Projeto Quabales. CeeLo já havia antecipado ao CORREIO* que a passagem pelo Festival de Verão seria marcada por uma forte percussão, que ficou por conta de Marivaldo dos Santos, produtor, músico e idealizador do projeto, originado no Nordeste de Amaralina.

Além de Marivaldo, outros músicos e dançarinas do grupo, como Tiago Verdelho, Regin Morais, Thati Souza e Paula Gringa, fizeram aparições ao longo do show, trazendo ainda mais o ritmo baiano para a performance do cantor de Los Angeles. A banda já havia se apresentado no Palco Cais no início do primeiro dia de festival, em parceria com a cantora Aila Menezes.

Antes do show, o estadunidense afirmou sentir uma conexão indescritível com o Brasil e que se sente em casa no país. Além de Salvador, ele já se apresentou no Rio, em São Paulo e em Manaus.

Para CeeLo Green, Salvador tem uma magia diferente e tocar aqui seria como conhecer a sua cidade. “Eu sou um homem negro, um artista negro. Isso é excelência negra, faz sentido para mim estar aqui entre os meus. É um ótimo lugar, uma ótima oportunidade e um ótimo evento”, afirma.