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Roberto Midlej
Publicado em 9 de dezembro de 2023 às 08:30
A série documental Vale o Escrito – A Guerra do Jogo do Bicho, do Globoplay, tornou-se um dos maiores sucesso dessa plataforma. E logo num resumo de cinco minutos, no início do primeiro episódio, entendemos a razão da repercussão nas redes sociais. Naquele trecho, vemos partes de depoimentos impressionantes de pessoas ligadas à máfia do jogo.
E não se trata de coadjuvantes nem de teóricos estudiosos dessa forma de contravenção. Quem aparece são os mandantes atuais do bicho. Um deles é Bernardo Bello, preso em julho deste ano, acusado de matar um tio da ex-mulher e um advogado.
Apontado como um dos chefes da máfia, Bello não tem medo de se expôr e de falar abertamente sobre os rivais: "Ele não é só do jogo, se mete em tudo: em milícia, em tráfico... é o senhor do crime", garante Bello, se referindo a um dos "chefões", Rogério de Andrade, filho de Castor de Andrade (1926-1997).
Outro nome importante que aparece é o Capitão Guimarães, ex-militar que entrou no jogo do bicho nos anos 1980. Segundo a série, é a primeira vez que o contraventor Guimarães aceita dar uma entrevista tão longa, em sua portentosa mansão.
O que impressiona é que esse personagem, como todos que comandaram o bicho, fizeram fortuna e continuaram milionários, ainda que o Estado sempre tenha tido ciência dos crimes que cometidos por eles. A sensação que fica é que, para quem não tem princípios morais, o crime, lamentavelmente, compensa. Para quem dorme tranquilo mesmo tendo cometido atrocidades - incluindo assassinatos -, o que importa é amealhar seus milhões, não importa como.
Tão impressionante quanto a impunidade é ver esses mafiosos serem idolatrados nas diversas comunidades onde vão: seja entre políticos, nas escolas de samba ou nas favelas. "É o homem da minha vida", diz Neguinho da Beija-Flor sobre Castro de Andrade.
Num outro momento, uma senhora moradora de um bairro pobre do Rio, se derrama em elogios ao Capitão, porque ele mandava um médico atender gratuitamente os moradores de sua comunidade. "O que ele tem para resolver com a sociedade não é com a gente. Ele nunca fez nada com a gente.
Eis o que ocorre quando o Estado, que deveria prover o povo, se revela ausente. O que entristece - e revolta - é terminar de ver a série e ver que este país mudou tão pouco nas últimas décadas.
Marco Luque está de volta com o seu serhumaninho
Revelado nacionalmente no CQC, humorístico da Band que fez sucesso há quase 15 anos, Marco Luque firmou-se como comediante e criou tipos divertidos que o tornaram popular nas redes sociais. O humorista se apresenta sábado (9), às 21h, e domingo (10), às 20h, no Teatro Sesc Casa do Comércio, em Salvador. No espetáculo Dilatados, Luque encarna personagens como o motoboy Jackson Faive e Mustafáry, um divertido vegetariano de sotaque baiano, que prega a sustentabilidade e diz amar a natureza e os animais. Se você não se lembra, Mustafáry é aquela figuraça que protagoniza um vídeo hilário com um cachorrinho que o persegue na praia e a quem ele se refere como "serhumaninho". Trata-se de um absoluto clássico da internet, que continua fazendo sucesso no YouTube. Os ingressos custam R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia). Assinante Clube CORREIO tem desconto de R$ 56 sobre a inteira e paga R$ 84.
O Mundo de Sofia chega em versão HQ
Poucas obras de filosofia - ainda que possam ser consideradas "superficiais" pelos puristas - conseguiram penetrar na cultura pop como O Mundo de Sofia conseguiu nos anos 1990, especialmente entre os jovens. Agora, a criação mais popular do escritor norueguês Jostein Gaarder ganha uma adaptação para os quadrinhos, lançado pelo selo Seguinte, da Companhia das Letras. Na nova publicação, Sofia faz um passeio pela história do pensamento e mergulha em questões atemporais da filosofia ocidental. Neste primeiro volume, as referências são pensadores como Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho e Galileu. O Mundo de Sofia em Quadrinhos tem 264 páginas e preço sugerido de R$ 99.