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'Ser farol para as novas gerações é para mim um efeito real do prêmio Jabuti', diz Bárbara Carine

Escritora é uma das baianas indicados ao prêmio de literatura nesta terça-feira (19). Na categoria romance, estão Itamar Vieira Júnior, por Salvar o Fogo, e Luciany Aparecida, por Mata Doce

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 05:46

Luciany Aparecida
Luciany Aparecida Crédito: reprodução instagram

Já faz quatro anos que o escritor Itamar Vieira Júnior trouxe para a Bahia um dos troféus de maior prestígio dentro do Prêmio Jabuti de literatura: o de melhor romance do ano, que ficou com o fenômeno de vendas Torto Arado. O autor, que estreou na literatura como contista, já tem cadeira cativa na cerimônia: além daquela premiação, ficou também com o título de melhor livro brasileiro publicado no exterior, em 2022, para o mesmo romance. E neste ano, ele concorre por Salvar o Fogo (Todavia), na mesma categoria que venceu em 2020. Os vencedores serão conhecidos nesta terça-feira (19).

Há outros quatro autores baianos que concorrem ao Jabuti deste ano: Luciany Aparecida, por Mata Doce (Alfaguara), na categoria romance; Bárbara Carine, em educação, por Como ser um Educador Antirracista (Planeta do Brasil); Jô Freitas, na categoria conto, por Goela Seca (independente), e Marcelo Veras, por A Morte de Si (Bregantini), em saúde e bem estar.

Itamar celebra a nova indicação e os prêmios que venceu, mas faz ressalvas: “O Jabuti é um reconhecimento importante, afinal, é um prêmio que tem mais de 60 anos de existência. Muitas vezes, o prêmio não se converte na conquista de muitos leitores, que é o que todo autor gostaria de ter, mas é sempre bom encontrar o reconhecimento de nossa arte entre os prêmios e o público”.

Desta vez, a Bahia tem ainda Luciany Aparecida, indicada na mesma categoria de Itamar, pelo livro Mata Doce, publicado pela editora Alfaguara. O autor festeja a indicação ao lado de uma conterrânea:

"Fico muito feliz com o reconhecimento da indicação do Prêmio Jabuti e estar ao lado de meus contemporâneos, em especial Luciany Aparecida, autora baiana que é uma amiga"

Itamar Vieira Júnior

escritor baiano indicado ao Jabuti

Bárbara Carine, muito conhecida também por sua atuação nas redes sociais no perfil Uma Intelectual Diferentona, diz que é muito difícil dissociar sua indicação da questão racial: “Não tem como não imaginar o quanto pessoas negras, o quanto na minha condição de mulher negra, minha intelectualidade foi negada a vida toda. O quanto pessoas negras são colocadas em lugares sociais apenas de contribuições braçais. O quanto a representatividade de negros e negras escritores e intelectuais por muito tempo foi praticamente inexistente em nosso país. Então, ser farol para as novas gerações, ser esperança para novas gerações é para mim um efeito real do prêmio Jabuti”.

Bárbara Carine
Bárbara Carine Crédito: Gabriel Cerqueira

Jô Freitas, que iniciou a carreira de escritora como poeta, é baiana de Paulo Afonso e saiu daquela cidade rumo a São Paulo ainda criança, aos cinco anos, porque os pais buscavam oportunidades de trabalho na capital paulista. Mas a escritora, de 36 anos, diz que, mesmo morando fora da Bahia há 31 anos, sempre manteve ligação com seu estado e vem com frequência à terra onde nasceu. Tanto que parte de Goela Seca foi escrita em Paulo Afonso, com destaque para a história que dá título ao livro.

Segundo a autora, seu livro transita também na ambientação nordestina e vai da Bahia à periferia de São Paulo. Embora o livro seja de prosa, Jô defende que muita coisa ali soa como poesia: “É um ‘degustar narrativo’. Quando falo, por exemplo, do sertão, embora seja motivo de aridez e uma região pouco assistida pelos governantes, há alma poética em Goela Seca”. Jô defende também que a Bahia está presente na construção dos personagens do livro. Se interessou? O livro está à venda no site da escritora (jofreitas.com.br) e no Instagram dela (@jofreitaspoesia) por R$ 55.

O escritor e vice-presidente da Academia de Letras da Bahia, Marcus Vinícius Rodrigues, reconhece a importância do Jabuti, mas diz que as editoras e livrarias deveriam investir mais na divulgação dos indicados e premiados. “Nós, da bolha, sabemos que o prêmio está acontecendo. Mas fora dela, não vejo repercussão. Se você vai a uma livraria, não vê, por exemplo, nas vitrines, um destaque para esses títulos. Acho que deveria haver uma divulgação também no ponto de venda. Nunca houve um uso ‘comercial’ do prêmio”.

Marcus Vinícius destaca as indicações de Luciany e de Itamar, autores que ele acompanha há muitos anos

"Estive na estreia dos dois e, no caso de Itamar, mesmo antes de Torto Arado, já notávamos a qualidade dele desde os contos do livro Dias. E Luciany, observo desde Contos Ordinários de Melancolia"

Marcus Vinícius Rodrigues

escritor baiano e vice-presidente da Academia de Letras da Bahia

Marcus reconhece os méritos individuais dos dois indicados, mas destaca também a cena literária baiana recente, que viabilizou o surgimento desses e outros escritores locais: “O aparecimento desses dois é fruto do talento deles. Mas é também fruto do caldeirão e do ambiente cultural que é a literatura baiana nos últimos dez anos. Houve um ‘boom’ de qualidade e de quantidade. Então, é natural esse reconhecimento no Jabuti”.

Abaixo, os indicados nas categorias em que autores baianos concorrem, com destaque em negrito para os nomes locais:

Conto

Título: Crucial dois um | Autor(a): Paulo Scott | Editora(s): Cobogó

Título: Goela seca | Autor(a): Jô Freitas | Editora(s): Obra Independente

Título: Náufragos | Autor(a): Fernando Molica | Editora(s): Malê

Título: O ninho | Autor(a): Bethânia Pires Amaro | Editora(s): Record

Título: Portas e vãos | Autor(a): David Oscar Vaz | Editora(s): Urutau

Romance Literário

Título: Jogo de armar | Autor(a): Edgard Telles Ribeiro | Editora(s): Todavia

Título: Mata doce | Autor(a): Luciany Aparecida | Editora(s): Alfaguara

Título: Meu irmão, eu mesmo | Autor(a): João Silvério Trevisan | Editora(s): Alfaguara

Título: Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer | Autor(a): Jacques Fux | Editora(s): Faria e Silva

Título: Salvar o fogo | Autor(a): Itamar Vieira Junior | Editora(s): Todavia

Educação

Título: As cores do céu de inverno | Autor(a): Marina Jonsson, Maryah Salgado | Editora(s): Pulga

Título: Como ser um educador antirracista | Autor(a): Bárbara Carine | Editora(s): Planeta do Brasil

Título: Interpretar – contribuições para a educação antirracista | Autor(a): Camilo Kuasne Anderson | Editora(s): Lá e Cá Empreendimentos Culturais

Título: Segredos da internet que crianças e adolescentes ainda não sabem | Autor(a): Kelli Angelini | Editora(s): Inverso

Título: Vida cotidiana e microtransições | Autor(a): Paulo Fochi (Organizador) | Editora(s): Diálogos Embalados

Saúde e Bem-Estar

Título: A Intenção Primeira: um ensaio sobre a natureza do real | Autor(a): Eduardo Moreira | Editora(s): Civilização Brasileira

Título: A morte de si | Autor(a): Marcelo Veras | Editora(s): Bregantini

Título: Depressão e bipolaridade: um guia prático para entender e cuidar | Autor(a): Pedro do Prado Lima | Editora(s): L&PM

Título: Desafios da adolescência na contemporaneidade: uma conversa com pais e educadores | Autor(a): Carolina Delboni | Editora(s): Summus

Título: O sentido da vida | Autor(a): Contardo Calligaris | Editora(s): Planeta do Brasil