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Luiza Gonçalves
Publicado em 24 de abril de 2024 às 05:00
Na vida de Rita Batista há sempre um tempo para agradecer. Principalmente agora que a jornalista baiana acredita estar mais perto daquilo que sonhava desde a infância: comunicar ideias, reflexões e promover o diálogo com o grande público. Nestes 21 anos de estrada, ela passou por emissoras de rádio e televisão, migrou para São Paulo, chegou aos especiais da Globo, cobrindo festivais e carnaval. Há dois anos, ela se tornou apresentadora do programa É de Casa e este ano recebeu o convite para integrar o time fixo do Saia Justa, no GNT.
“Estou vivendo milagres cotidianos. É uma memória muito presente de que eu seria apresentadora de televisão, que eu comunicaria para milhões de pessoas. Não sabia de que forma isso ia ser feito e hoje vejo que esses 21 anos de carreira foram a construção para esses momentos. O melhor sempre está por vir, eu acredito nisso”, declara.
Refletindo esse momento de alegria, Rita decidiu retribuir, partilhando as palavras que a acompanharam nesses anos. Levou tão a sério que transformou a atividade num exercício de fé que, para ela, tem o poder de despertar o melhor em cada um de nós. Das redes sociais, essas palavras formaram o livro A Vida é um Presente: Mantras Para o Seu Dia a Dia, que ela lança na Bienal do Livro da Bahia 2024, no dia 1º de maio. O evento começa a partir das 11h, antecedido pelo painel A Insustentável Leveza do Ser, em que Rita Batista participa com Bruna Lombardi e Gabriela Almeida.
Poder nas sentenças
“Mantras são palavras, frases e conceitos. É o que a gente acredita. Nós somos energia e quando falamos a gente vibra, e essa vibração está em consonância com o universo que vibra todo. Não falemos coisas ao nosso respeito que são desagradáveis porque elas se fixam dentro da nossa cabeça e do nosso coração. Como tudo é ressonância, você envia esses código para o universo e ele lhe devolve. Cada coisa que a gente fala, escreve uma sentença no firmamento”, explica Rita, que reuniu 111 textos na publicação.
Os mantras já acompanham a jornalista há mais de 10 anos e chegaram nela através de três amigos, fundamentados na espiritualidade do universo hindu, da chama violeta de Saint Germain e dos filtros de abundância. Porém, pautados na fé, eles não se prendem a uma religião: “Independente, se você é do candomblé, evangélico ou kardecista, a fé é que faz esses movimentos, porque você acredita naquilo que você não vê, naquilo que você aspira”, defende.
Ela conta que, quando começou a partilhar reflexões sobre os mantras em suas redes sociais e em seu podcast Tudo Odara (2020), criou-se uma demanda com seus espectadores. “Não tem jeito, onde quer que eu esteja eu preciso falar que ‘a abundância entre na sua vida de maneira surpreendente e milagrosa’. Se eu não disser mais nada no dia, mas falar isso, já tá pago”, brinca.
O convite para a criação de A Vida é um Presente surgiu em 2022. Dito e feito, após muita curadoria e seleção, a obra ficou redondinha, com os textos que podem ser prática para aqueles que desejam iniciar no universo dos mantras. Não tem segredo: é escolher um que lhe convém pelo índice, de acordo com a temática, ou na sorte, e pronunciar em voz alta em repetição.
Mudança no cotidiano
Nem sempre é fácil escapar do negativo e é claro que não se pode deixar de levar o entorno em consideração. Mas é preciso exercitar o pensar positivo na medida do possível. “Resiliência virou uma palavra muito da moda de quem está sentado em seus privilégios. Enquanto isso, o trabalhador brasileiro tá se virando com 1.400, fora os impostos. É óbvio que a gente precisa reparar o externo. Mas também criar a nossa realidade diante das possibilidades. Pensar pequeno e pensar grande dá o mesmo trabalho, então pense grande”, pondera.
Rita destaca que os mantras desempenham um papel muito importante na sua atuação como jornalista, tendo em vista a realidade de muita informação e velocidade exigida na profissão. Para ela, a mesma contemplação e observação das palavras utilizadas nos momentos de meditação podem ser aplicadas para observar os fatos cotidianos mais a fundo, ter bons insights e se ater aos detalhes, para comunicar com verdade e qualidade. “Acho que quando a gente tem esse aporte na vida, a gente percebe as nuances de cada coisa. E não se afobe não, que nada é para já”, diz.
Feliz com os feedbacks que tem recebido, Rita Batista aguarda o lançamento na Bienal com animação: “É quando a gente tem a oportunidade de agradecer. Eu acho muito doido esse negócio das pessoas te seguirem, gostarem de você porque vão com a sua cara ou porque te acham competente, interessante, porque aquilo que você fala faz sentido na vida delas. Então, eu fico nesse lugar de muito agradecimento mesmo”.