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'Retirar o nome de Orixás das músicas é racismo', critica Pedro Tourinho

Secretário de Cultura e Turismo de Salvador desabafou nas redes sociais sobre valorização do Axé, que completa 40 anos em 2025

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 11:32

Pedro Tourinho
Pedro Tourinho Crédito: Divulgação

O secretário de Cultura e Turismo (Secult) de Salvador, Pedo Tourinho, causou repercussão nas redes sociais após publicar um texto criticando alterações nas letras das músicas de Axé que fazem referências aos Orixás - divindades cultuadas em religiões de matriz africana. 

"Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo", reclamou.

O desabafo, publicado nesta terça-feira (17) nas redes sociais do titular da pasta, acontece em meio a críticas à cantora Claudia Leitte. Durante o primeiro ensaio de verão, realizado no último sábado (14), no Candyall Guetto Square, a artista substituiu um verso da canção "Caranguejo". Na frase que diz "Joga flores no mar. Saudando a rainha Iemanjá", ela cantou "Só louvo meu rei Yeshua [Jesus, em tradução do hebraico]". 

Sem citar nomes, Tourinho ressaltou que "sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar" e esclareceu que o pedido não foi publicado para se fazer caça às bruxas, mas para ter "justiça e colocar tudo no seu devido lugar".

O secretário ainda pediu que o gênero, que completa 40 anos em 2025, seja valorizado. "Se é para celebrar os 40 anos do Axé Music, que seja para celebrar com respeito, fortalecendo seu fundamento, ajustando desequilíbrios, valorizando sua verdade, avançar caminhando para frente. Não podemos admitir desrespeito, apropriação e retrocesso novamente", afirmou.

No texto, ele ressalta que as homenagens no próximo ano têm de ser também afirmativas, trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto, além de remunerar também de forma equivalente todas as cores. 

A publicação está com comentários limitados, no entanto, artistas como Ivete Sangalo, Larissa Luz e Quitéria Chagas escreveram no post concordando com o posicionamento de Tourinho.