Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 4 de fevereiro de 2024 às 14:07
Entre os nomes com mais indicações no Grammy deste ano (veja aqui a lista e tudo sobre a cerimônia deste domingo, 4), há uma surpresa: brilha o nome de SZA, pseudônimo de Solána Imani Rowe, de 34 anos, cantora e compositora norte-americana de origem muçulmana. Como poucas, consegue aliar apelo popular - seus dois álbuns mantiveram-se em primeiro lugar nas plataformas de streaming - e interesse da crítica especializada.>
A primeira vez que muitos descobriram a voz da cantora SZA foi junto à Rihanna, em 2016. A música Consideration, que abre o disco da caribenha, Anti, conta com sua participação em uma performance vocal marcante. Logo, despertou curiosidade dos fãs da cantora.>
De lá para cá, vieram outras parcerias de sucesso, como com Kendrick Lamar em All The Stars, trilha sonora do filme Pantera Negra, de 2018, que chegou até a concorrer ao Oscar de Melhor Trilha Sonora Original.>
Mas foi com o álbum Ctrl, de 2017, que SZA impactou o mundo com um pop puxado para o R&B, mostrando toda sua extensão vocal, experimentação rítmica - as bases eletrônicas são um destaque - e composição recheada de referências da cultura pop.>
A atriz Drew Barrymore, por exemplo, ganhou música com seu nome e retribuiu o carinho da fã participando do clipe oficial da canção. Ctrl ainda conta com participações de nomes fortes do rap como o próprio Kendrick Lamar e Travis Scott.>
Nas letras, SZA canta sobre o cotidiano - como sobre assistir a mais um episódio de Narcos (como na própria Drew Barrymore), e também sobre o desprezo amoroso, a frustração diante dos desejos não-correspondidos aos seus.>
Sem medo de parecer melancólica ou vingativa demais, SZA canta sobre o amor e seus sofrimentos. Se fosse no Brasil, sua equivalente na composição poderia ser facilmente Marília Mendonça.>
A capa, que lembra a icônica foto da Princesa Diana em alto-mar, remete à solitude e contemplação diante de um vasto mundo, que pode maior que seu universo amoroso mas, ainda assim, tão belo quanto.>
A música de trabalho Kill Bill, outro aceno à cultura pop, narra um amor com inspirações de Tarantino: intenso, violento e hipnotizante, com uma ex-namorada fantasiando como seria assassinar o homem amado. Com ela, SZA concorre a duas das principais categorias do Grammy: Melhor Gravação e Melhor Canção>
Outros Grammys>
Com Ctrl, SZA chamou a atenção da Academia, e concorreu em cinco categorias do Grammy de 2018. Esta edição da premiação, inclusive, ficou marcada pela crítica à pouca representatividade feminina entre os vencedores: somente uma mulher, Alessia Cara, levou o troféu para a casa por Artista Revelação.>
Ao longo da carreira, SZA acabou batendo na trave da premiação: recebeu impressionantes 24 indicações, tendo vencido apenas na parceria com Doja Cat, Kiss me more, em 2022.>
Agora, as projeções são mais otimistas. A cantora surpreendeu ao receber nada menos que nove indicações, tornando-se a artista que concorre em mais categorias neste ano. É bem possível que leve ao menos um troféu nas principais em que aparece - especialmente de Melhor Álbum, apesar da disputa acirrada com Taylor Swift.>
A ver como a premiação fará jus ao talento de SZA. De todo modo, celebrada pela crítica ou solitária diante de um oceano de possibilidades, ela já atingiu o seu topo.>