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Prefeitura anuncia apoio a montagens e isenção de pautas para teatro em 2025

Fundação Gregório de Mattos prepara conjunto de ações para incentivo à classe teatral e da dança

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 16:48

Fernado Guerreiro, Fernanda Lordêlo, Maria Marighella, Walter Pinto Júnior, Isaac Edington
Fernado Guerreiro, Fernanda Lordêlo, Maria Marighella, Walter Pinto Júnior, Isaac Edington Crédito: Carla Lucena/divulgação

A Fundação Gregório de Mattos (FGM) anunciou nesta terça-feira (10) um plano de valorização e fortalecimento das artes cênicas para 2025. A cerimônia, no Espaço Cultural da Barroquinha, foi prestigiada por muita gente do meio, incluindo diretores, atores e produtores.

A presença foi tão marcante que Fernando Guerreiro, presidente da FGM, com seu humor habitual, aproveitou para liberar sua conhecida verve: “Hoje é um dia muito especial, sinto muita emoção em ver a classe teatral reunida. E não é para um velório! A gente tem se encontrado muito em velórios e isso não tem sido legal”, brincou, provocando risos.

O plano para o próximo ano prevê uma série de iniciativas, como lançamento de editais, inauguração de novos espaços e estreias de espetáculos que terão financiamento público. O pacote anunciado converge com os objetivos da Política Nacional das Artes (Funarte) e do Plano Municipal de Cultura.

“Precisamos criar mecanismos próprios para apoiar espetáculos profissionais. A gente sentia essa necessidade porque o teatro e a dança têm profissionais que atuam na área há mais de 40 anos e precisam sobreviver com dignidade através de sua arte. A FGM e a Prefeitura estão começando uma política específica para as artes cênicas”, acrescentou Guerreiro.

Apoio financeiro

Uma das medidas anunciadas é a Chamada Pública para as Artes Cênicas de Salvador, que prevê apoio à montagem, difusão e manutenção de espetáculos profissionais de teatro e dança. O investimento é de R$ 2 milhões, com limite de até R$ 250 mil por projeto e a execução deve ocorrer ainda no primeiro semestre do próximo ano. Segundo Guerreiro, os critérios para aprovação serão técnicos e artísticos. “Poderia começar com um valor mais alto, mas preferi privilegiar mais projetos nesse primeiro momento e, num segundo momento, aumentar o valor”, disse o gestor da FGM.

Foi anunciada também uma homenagem aos mestres do teatro baiano e, nesta primeira edição, o escolhido é Deolindo Checcucci, diretor, professor e dramaturgo, responsável por espetáculos como A Casa de Eros e O Voo da Asa Branca. Para homenageá-lo, foi anunciada uma nova montagem do espetáculo Bocas do Inferno, que foi apresentado originalmente em 1979, com direção dele.

A nova encenação deve estrear no primeiro semestre, em homenagem ao aniversário de Salvador. O espetáculo é baseado em textos de Gregório de Matos (1636-1696), poeta satírico baiano, que pertencia à escola barroca. Deolindo lembra que a peça foi apresentada em 1979, num circo: “Tinha duas mil pessoas por noite assistindo, depois fomos pro TCA. Gregório é poeta conhecido como Boca do Inferno, fez críticas sociais e políticas que continuam atuais. A proposta é atualizar Gregório e, ao mesmo tempo, fazermos uma crítica social”, lembra Deolindo, que será novamente o diretor.

A montagem era protagonizada pela atriz Gessy Gesse, que estava ontem na Barroquinha. Agora, o papel dela será da atriz e cantora Ana Mametto. “Estou muito emocionada! Foi uma grande surpresa, porque não sabia que faria a personagem de Gessy. Ela, para mim, é como se fosse uma mãe linda que tive o privilégio de conhecer. Fico muito feliz de fazer uma montagem dos anos 1970, que fez muito sucesso e que escuto os colegas falarem da importância de Deolindo e do espetáculo”, disse Mametto, que pela primeira vez vai trabalhar com o veterano diretor.

Outra iniciativa destacada foi a isenção da cobrança de pautas para a apresentação de espetáculos de dança e de teatro em 2025, via chamamento público. A ação ocorrerá em equipamentos públicos como Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha, Café Teatro Nilda Spencer e Espaços Boca de Brasa de Cajazeiras e de Valéria.

O ator Ricardo Fagundes, conhecido por espetáculos como Das Coisa Dessa Vida, considera importante que o teatro chegue a salas da periferia, como ocorre no Boca de Brasa de Valéria e de Cajazeiras: “O Teatro é feito com as presenças de quem está em cena e do público. Podemos e devemos fazer teatro em todos os lugares. Precisamos, cada vez mais, expandir o espaço de presença artística. E a importância do teatro ir para além das salas de espetáculo do centro em direção à periferia é democratizar o acesso às artes”.

Também estavam presentes na cerimônia Maria Marighella (presidenta da Funarte); Fernanda Lordêlo (secretária municipal de políticas para mulheres, infância e juventude); Walter Pinto Júnior (subsecretário de cultura e turismo de Salvador) e Isaac Edington (presidente da Saltur).

Maria Marighella ressaltou a importância do incentivo estatal às artes: “A política nacional das artes é um ativo, uma força que está inspirada nesse terreiro que é a Bahia, nesse espaço de imaginação das artes que é a Bahia. Viva a política pública, as artes da Bahia e de Salvador. E que possamos dar em definitivo o tamanho que se tem à arte dessa cidade, mãe desse Brasil”.