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Doris Miranda
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 06:11
Um cruzamento imersivo de teatro, vídeo e música ao vivo. É o que propõe o espetáculo Esse Caminho Longe, novo trabalho do diretor Marcio Meirelles, que estreia nesta qiuinta (29), no Museu de Arte da Bahia, na Vitória.
Coprodução luso-afro-brasileira, a peça parte da dualidade vivida pelas pessoas que transitam entre São Tomé, na África, e Portugal, na Europa, para discutir o tema universal da travessia humana, realizada em diversos territórios, físicos e simbólicos. Nesse percurso, o texto de Lígia Soares e Olinda Beja reflete sobre a possibilidade de reconhecer erros passados, recomeçando no presente a emergência por um futuro melhor.
No palco, o público senta-se nos quatro lados de um palco em forma de cruzamento. Duas telas de vídeo, de um lado e do outro mostram imagens de São Tomé e de Portugal. Vozes que contam a história de uma mulher afastada da sua terra natal ainda em criança e da sua luta para regressar e reencontrar aquilo que perdeu, a essência do seu ser. Três atrizes, duas negras e uma branca, narram a história, convidam o público a empatizar e apontam um caminho para um recomeço, depois de tantos séculos de escravidão real e metafórica.
A relação entre atriz e público é muito próxima. A música, tocada ao vivo, é uma quarta voz, o vídeo a quinta, o conjunto um só objeto, forte, duro, apaixonado e no final ressoa uma frase: “O sofrimento passa, o que não passa é ter sofrido”. E a pergunta: “Conseguiremos, reconhecendo os erros do passado, recomeçar no presente um outro futuro?”
SERVIÇO - Esse Caminho Longe | de quinta (29) até 8/12, sextas e sábados, às 19h, e domingos,17h, no Museus de Arte da Bahia - MAB, na Vitória | Ingressos: R$ 40 e R$ 20 - Clube CORREIO dá 40% de desconto