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Melly começou nos palcos da escola e, hoje, se apresenta internacionalmente com o sucesso de Amaríssima

Cantora soteropolitana de 23 anos é uma das revelações do pop nacional e já foi indicada ao Grammy Latino em 2024

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 24 de março de 2025 às 11:32

Cantora soteropolitana Melly é uma das revelações do pop nacional
Cantora soteropolitana Melly é uma das revelações do pop nacional Crédito: Divulgação

A primeira vez que Melly cantou na frente de uma plateia foi aos 11 anos, no teatro do Colégio Salesiano, em Salvador. Era uma montagem estudantil da peça Pollyanna, que reunia alunos do sexto ano em um projeto multidisciplinar. Ela sempre teve interesse pela música e era incentivada pela família, conta, mas naquela noite expôs seu dom, ainda pouco explorado, na frente de pais, alunos e professores.

“Eu não lembro da repercussão que aquilo teve, mas lembro que gostava de participar daqueles processos musicais, me interessava muito, eu ficava feliz. Eu lembro desse sentimento de estar feliz e realizada”, relembra Melly, que lançou neste ano o álbum Amaríssima V2. O lançamento, que tem nove faixas, traz releituras das canções originais do Amaríssima, lançado em 2024. Amaríssima V2 foi criado em colaboração com cantores e produtores musicais como Karol Conká, Luccas Carlos, Duda Beat, Carlos do Complexo e Nave. O produtor Duda Raupp foi selecionado em um concurso aberto aos fãs.

Melly pode não se lembrar muito bem, mas esta repórter, que também estava em cena naquela peça, tem alguns registros daquele dia. Um deles era que, entre alunos que tinham afinidades artísticas, revelou-se para os presentes um talento artístico numa aluna. “Gente, o mundo dá voltas, né?”, disse Melly, brincando, quando reconheceu a ex-colega no início da entrevista.

Doze anos depois daquela apresentação, a cantora é uma das revelações da MPB brasileira, com seu afrosoul que mescla R&B norte-americano e autenticidade pop baiana, encantando os românticos e sentimentais com letras que falam sobre amores e amadurecimento na chegada da vida adulta.

"Eu acho que todo mundo vai descobrindo sua vocação na vida no seu próprio tempo, e eu descobri a minha muito cedo. Sempre soube que tinha esse amor pela música e pela arte. Ter descoberto isso cedo foi só um catalisador para o caminho que eu já sentia que um dia iria seguir. Não foi nada planejado, sabe? Eu faço tudo pela verdade do trabalho, da dedicação, do amor, e as coisas foram acontecendo”, reflete a cantora.

Impulsionada pelo EP Azul (2021) — uma carta de amor à Bahia após passar cinco anos em Natal — e pelo seu primeiro disco, Amaríssima (2024), Melly foi projetada para todo o Brasil e acumulou destaques como o Prêmio Multishow de Artista Revelação (2023) e uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa (2024), que, para a cantora, são reconhecimentos não só do seu trabalho, mas da sua mensagem na condição de artista baiana.

“Foram grandes marcos para um início de carreira. E eu fico muito gratificada. Hoje, eu represento também todas as pessoas que se identificam com a minha música. Levo muito da minha cultura no meu som, do que é a Bahia, que se mantém, que se renova, e que o Brasil é diverso e não precisa homogeneizar a música brasileira. Eu fico feliz que minha voz tenha espaço, mas, mesmo se não tivesse, eu ia estar ali fazendo um barulho desgraçado”, afirma Melly.

Capa Amarissima vol. II
Capa Amarissima vol. II Crédito: Divulgação

Amaríssima 1 e 2

“Amaríssima foi esse lugar de sair da zona de conforto, de compor sobre outros assuntos, usar outros gêneros musicais, falar sobre coisas desconfortáveis. Amaríssima foi uma etapa para o amadurecimento, para a evolução na escrita, na vida, nos acontecimentos que acabam me tornando uma nova pessoa. O disco marca o momento em que comecei a perceber a transição do mundo jovem para o mundo adulto, da música platônica para a música real, ligada a um mercado. Foi bastante difícil, mas a gente evolui e vai vivendo”, explica. Com a boa recepção do álbum e a necessidade de completar a trajetória de amadurecimento, que ainda demandava um certo “deixar ir”, foi lançado em fevereiro deste ano o Amaríssima V2.

“Quando comecei a produzir as músicas, acabei ficando mais sozinha nesse processo, e a arte se faz em conjunto. Então, tivemos a ideia de me fazer perder o controle. Deixei as minhas faixas para livre interpretação de pessoas que eu gosto demais. E eu aprendi muito, foi muito bom perder o controle, foi mais uma forma de amadurecer. E agora eu acho que Amaríssima cumpriu o seu papel”, conclui Melly.

Amaríssima I e II trazem uma Melly muito mais exposta nas letras — confessionais e íntimas —, mas também na produção musical e na cooperação artística, diversidade de gêneros e na performance, algo difícil para alguém que sempre teve certa aversão aos palcos. “Apesar de ser muito tímida, de não gostar tanto de estar em público, eu acho que é muito importante a gente sair da nossa zona de conforto, porque só assim a gente evolui”, reflete sobre o processo.

Recentemente, ela passou por mais um teste de fogo: seu primeiro show internacional, em Austin (no estado do Texas, nos EUA), a convite da revista Billboard, expandindo ainda mais seus horizontes musicais e impulsionando sonhos que lhe fazem brilhar os olhos.

“O objetivo é viver o máximo possível, ver e ter o máximo de experiências e devolver em histórias, em obras, em um legado positivo. Sinto essa vontade de conhecer outras partes do mundo. Quero muito, por exemplo, fazer uma imersão musical na Nigéria, no Benin e em toda matriz africana. Esse primeiro show internacional me fez ver que tenho a capacidade de estar em outros lugares do mundo e que isso me pertence também. Nos pertence”, finaliza.

Amaríssima v2, disponível nas plataformas de música