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Fernanda Varela
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 14:03
Morreu na madrugada desta segunda-feira (11) a médium Isabel Salomão de Campos, aos 100 anos.
Nascida em Rochedo de Minas, Minas Gerais, ela começou a ter suas primeiras manifestações mediúnicas quando ainda era criança, aos 9 anos. Apesar disso, apenas mais velha, aos 17, ela conheceu o Espiritismo, através de Vicentino Mazzini.
Ao entender melhor a doutrina, ela encontrou explicações para as “coisas que via e ouvia desde a infância" que, segundo ela, eram “presenças de espíritos”.
Isabel era professora e chegou a ser empreendedora. Dona de uma butique, ela fechou o negócio quando começou a ter maior relevância no meio espírita. O objetivo era se doar mais a quem busca ajuda espiritual.
Casada por 58 anos com o militar Ramiro Monteiro de Campos, que também atuava como professor e advogado, Isabel teve cinco filhos, 11 netos e dois bisnetos.
Chamada carinhosamente de Dona Isabel, a médium recebeu diversas honrarias durante a vida, como a Comenda Daniel Pinto Corrêa, da Associação Comercial de Juiz de Fora, o Título de Cidadã Honorária, a Comenda Henrique Halfeld e do Sesquicentenário de Juiz de Fora. Ela também foi a única mulher a receber, como pessoa física, em 2004, o Troféu Mulheres do Novo Século, e o Troféu Voluntário das Gerais, pela Fiemg, na cidade de Ouro Preto.
Isabel também lançou o CD Momentos de Paz e Jesus Amigo, escreveu três livros e tem diversos artigos publicados.
Ela prestou atendimentos ao público na “A Casa do Caminho” durante toda a vida. O espaço segue aberto 24h, a pedido dela, que dizia que “a dor não tem dia nem hora”. O espaço conta com um Plantão de Socorro Espiritual, criado por ela em 1979, de forma pioneira, onde plantonistas atendem diariamente mais de 500 ligações por dia.
Inspiração
Isabel Salomão inspirou a primeira biografia escrita pela renomada jornalista Daniela Arbex, Os dois mundos de Isabel. Ela é autora de livros como 'Todo Dia A Mesma Noite', sobre a Boate Kiss, e 'Arrastados', sobre a tragédia de Brumadinho.
“O tempo é uma grandeza física. Tão raro alguém que consiga marcar o tempo e a Dona Isabel marcou o nosso tempo. E ela vai ficar para a eternidade porque ela é uma mulher pioneira em tudo, pioneira na divulgação do espiritismo, pioneira em relação à voz da própria mulher”, comentou a escritora, que frequenta a Casa do Caminho desde os 15 anos.