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Maturidade, papéis desafiadores e gratidão as brasileiros pelos 1M de seguidores: leia o que a atriz disse em entrevista no Brasil

CORREIO acompanhou a passagem da atriz em São Paulo para o lançamento do filme The Electric State

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 15 de março de 2025 às 08:00

Millie Bobby Brown esteve no Brasil para divulgar filme The Eletric State
Millie Bobby Brown esteve no Brasil para divulgar filme The Eletric State Crédito: Reprodução/Instagram

Em 2016, os fãs de cultura pop e séries conheceram Millie Bobby Brown, com apenas 11 anos, em uma performance surpreendente vivendo a Eleven na série americana Stranger Things, um sucesso de público e crítica. Quase 10 anos depois, parte do público parece ter dificuldades em aceitar que ela já não é mais a protagonista careca da série de aventura, e passa a focar na sua aparência e nos passos de sua vida adulta, como o casamento com Jake Bongiovi. Já outros, me incluo nesse grupo, observam seu percurso com curiosidade e admiração.

Seja no audiovisual, onde os papéis direcionados para o público infantojuvenil seguiram com protagonistas curiosas, emocionais e fortes, como na saga Enola Holmes (2020, 2022), Elodie em Donzela (2024) e agora com Michelle, no recém-lançado The Electric State (2025), ou na postura pessoal que se revelou durante a coletiva de imprensa realizada ontem (14) em São Paulo.

A atriz esteve no Brasil, juntamente com os irmãos cineastas Joe Russo e Anthony Russo, para a divulgação da nova aventura distópica entre robôs e seres humanos da Netflix, que teve estreia global ontem (14), além da festa de lançamento também na cidade naquela noite. Na ocasião, o CORREIO participou de entrevista coletiva com veículos de imprensa e a atriz.

Ao entrar na sala de imprensa, sorriso gentil, pés descalças com unhas cor de rosa e garrafa de água colorida afastam de mim a ideia de que ela quer "parecer mais velha", o que é confirmado pouco tempo depois: "Eu não sei tudo. Tenho 21 anos, então ainda estou aprendendo", revela ao falar sobre os ganhos nos papéis interpretados até então. Durante a conversa, Millie elencou os desafios e prazeres da nova personagem em The Electric State, destacando sua missão de dar vida a heroínas femininas através da atuação e produção de filmes com sua empresa PCMA. "Queremos colocar as mulheres no centro, sem medo", defende.

A atriz destacou ainda o amor pelo público brasileiro, a importância desta fã-base para seu crescimento nas redes sociais e seu sentimento de avidez por trilhar novos projetos que a fazem brilhar os olhos. "Não gosto de ter as coisas só porque quero, eu quero poder conquistá-las", garante.

Leia a entrevista completa a seguir: 

O que mais te chama atenção na sua nova personagem Michelle?

Acho que nunca interpretei uma personagem como essa antes. Fiquei realmente interessada em dar vida a alguém que passou por uma imensa quantidade de dor e perda, e ela tem um caráter incrível, especialmente quando você a vê no começo e depois no final. Acho que adoro colocar heroínas femininas no centro da cena, para que garotas em todo o mundo se sintam inspiradas e motivadas a serem heroínas na própria vida e na própria história. Então, sim, acho que foi isso que me atraiu para o papel. Isso e trabalhar com os Irmãos Russo.

Suas papéis são sempre poderosos, um novo tipo de representação feminina para a geração Z. Como Michelle se encaixa nessa sua missão de inspirar jovens?

Bem, acho que Michelle mostra que nem tudo é só unicórnios e arco-íris, certo? A vida pode ser difícil, você pode ser confrontada com um mau conjunto de cartas e ser colocada em situações em que lida com perda, tristeza, dificuldades, raiva, negação e problemas familiares ou de amigos, ou seja lá o que você esteja passando. Michelle meio que mostra o lado difícil disso, certo? Enquanto algumas das personagens que eu interpreto mostram o lado mais brilhante e divertido disso, o que é ótimo, mas às vezes essa não é a realidade das pessoas. Então, eu gosto do fato de Michelle poder mostrar que, para a minha geração, essa é também a outra face do espectro, e veja como ela consegue superar isso.

Como você escolhe seus papéis?

Se o roteiro parece estar contando uma história que ajuda a inspirar as pessoas, motivá-las, coloca um conteúdo impactante e significativo, então quero trazer isso à vida. E você poderia dizer que, sabe, tudo o que as pessoas fazem é assim, mas eu discordo. Não acho que seja assim. Acho que há alguns conteúdos que não colocam as mulheres no centro das histórias. E isso é o que quero fazer com minha produtora, PCMA, queremos colocar as mulheres no centro, sem medo. Porque as mulheres podem liderar histórias. Especialmente as mulheres jovens. E é isso que eu amo tanto na Netflix, pois eles sempre me deram a oportunidade de estar no centro das histórias. E eles confiam em mim, acreditam em mim como acreditariam em um homem, e acho que isso é algo muito raro. Então, fui muito sortuda.

Pode falar um pouco mais sobre sua compania?  É  é uma maneira de colocar mais mulheres nas telas?

Minha produtora, PCMA Productions, nós produzimos Donzela, o primeiro e segundo Enola e agora o terceiro, além de outras coisas em andamento. Mas sim, nosso tema comum e nosso tipo de "manual" é que o foco precisa ser nas mulheres. E se for comigo, ótimo, mas se também for colocar outras mulheres na tela, eu adoro isso. Trazer jovens cineastas mulheres para o set também é algo enorme. Então, simplesmente colocar as mulheres no centro, para que possamos criar coisas que ofereçam às mulheres a oportunidade de mostrar seu talento.

The Eletric State traz de volta a atmosfera dos anos 90 e você já está acostumada a trabalhar em produções que revisitam décadas passadas,que você não viveu. Quais oportunidades surgem para você nesse contexto?

As pessoas gostam de interpretar papéis que as fazem sentir confortáveis. Eu gosto de assumir papéis que me tiram da minha zona de conforto e coisas sobre as quais eu fico tipo "ah, eu não sei nada sobre isso". Porque isso me ensina e me educa. Eu não sei tudo. Tenho 21 anos, então ainda estou aprendendo. E para mim, me aprofundar em uma história com a qual eu não estou tão familiarizada, com a nostalgia dos anos 90, eu gosto de entrar em coisas que eu não sei muito sobre, para poder aprender.

Qual foi a parte mais difícil na produção de The Electric State?

Acho que provavelmente foi aprender a trabalhar com um robô, certo? Porque a Devin era um ser humano, então, por mais que eu quisesse segurar a mão dela, puxá-la e abraçá-la, eu estava abraçando carne e osso. Então, eu precisei aprender a abraçar um robô, que é mais metálico, é mais duro, então você precisa aprender a abraçar de uma maneira diferente do que normalmente, definitivamente foi mais desafiador aprender isso.

No filme são discutidos temas como exclusão, identidade e o medo do desconhecido. Na sua opinião, porque é importante debate-los e de que maneira o filme transmite essas mensagens?

Acho que o filme transmite a mensagem de uma maneira linda. Acho que é isso que é tão brilhante nos roteiristas e nos Russos. Porque não é uma mensagem que está no centro do filme. Você não sente isso enquanto assiste. Mas aí, quando você termina o filme, você fica tipo "Ah, isso meio que me fez questionar tudo", você percebe que temos esse ciclo vicioso com a tecnologia, onde dependemos tanto dela para passar o dia. Acho ótimo que esse filme tenha saído nesse momento, porque essa conversa é obviamente muito maior, nossa esperança é que ele ajude a impactar o público e a questionar o que é a realidade e quanto tempo estão gastando com a tecnologia.

Existe um papel dos sonhos para você no futuro?

Eu tenho coisas em mente que adoraria fazer, mas eu não gosto de ter as coisas só porque quero, eu quero poder conquistá-las. E se eu sentir que posso trazer aquela história à vida, porque há tantas atrizes fenomenais no meu campo, sabe, que eu adoro, que eu acho absolutamente incríveis e super talentosas. Sou muito, muito sortuda de estar em um lugar onde há tantas atrizes talentosas. Então, se eu puder caminhar com elas, ótimo, mas se houver uma história que se encaixe melhor para elas, eu adoro isso. Então, eu meio que fico assim, até que chegue na minha porta, eu leia e sinta que posso fazer da melhor maneira que sei, aí eu faço

Você é muito querida aqui no Brasil. Gostaria de saber mais sobre a sua relação com nosso país

Eu amo o Brasil. Tenho muita sorte de já ter estado aqui antes e eu adoro estar aqui. A maior parte da minha base de fãs está aqui, o que as pessoas não acreditam, mas meus fãs brasileiros são tão dedicados. Eles têm sido meus fãs por, nossa, quase 10 anos, eu acho. E sabe, eu acho que alcancei um milhão de seguidores por causa dos meus fãs brasileiros. Sou muito sortuda e feliz de estar de volta para trazer este filme e poder aproveitar algumas das coisas que eles celebram, como o carnaval. Não só eles estão me celebrando, mas agora eu realmente posso celebrar eles e a cultura deles.

* A jornalista viajou para São Paulo a convite da Netflix