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Margareth Menezes pede respeito a religiões de matriz africana após polêmica de Claudia Leitte

Comentário foi feito dias depois de Claudia Leitte mais uma vez tirar a palavra "Iemanjá" da música Caranguejo

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 13:50

Daniela Mercury e Margareth Menezes
Daniela Mercury e Margareth Menezes Crédito: Reprodução

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a cantora Daniela Mercury pediram respeito às religiões de matriz africana na noite da quarta-feira, 1º de janeiro, em show no evento Pôr do Som, em Salvador, criado por Daniela e que completa 25 anos.

Os comentários das duas no palco vieram dias depois de Claudia Leitte mais uma vez tirar a palavra "Iemanjá" da música Caranguejo (Cata Caranguejo), composta por Alan Moraes, Durval Luz e Luciano Pinto, e substituir por "Yeshua", que para algumas religiões cristãs é o nome de Jesus.

"É importante a gente buscar na história desse povo afro-brasileiro, dessa cultura, tantas perseguições, desde o tempo da escravidão. Está na hora da gente pensar melhor e se comportar melhor em relação aos direitos dos povos afro-brasileiros", disse Margareth. "A gente tem que saber como começa essa história. É muito digno que a gente respeite as religiões de matriz africana", complementou a ministra.

Daniela também ressaltou a importância do tema. "O axé é a força que emana de tudo que é vivo. Que a gente aprenda a se amar, porque se o candomblé sofre preconceito é porque o preto sempre sofreu preconceito, isso é uma consequência do racismo. Que a gente afirme toda a importância das religiões de matriz africana", afirmou. "Eu não seria quem sou, sem os terreiros de candomblé, sem o povo que mantém sua cultura através da sua religião. Então, eu bato cabeça", acrescentou.

Entenda o caso

Há cerca de duas semanas, durante seu primeiro ensaio de Carnaval em Salvador, Claudia Leitte fez a troca na letra da música. Logo, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) começou a investigar se a cantora praticou racismo religioso.

A artista então se manifestou, alegando que de seu "lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial".

Claudia já havia sido criticada pela troca há alguns anos e repetiu a mudança em apresentação no último domingo, 29, no pré-réveillon de Recife.