Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Luiza Gonçalves
Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 02:05
Obará para iniciar o ano em festa, saudar o ancestral e cercar-nos de prosperidade. Este é o cerne do projeto que a cantora soteropolitana Majur apresenta pela primeira vez, nesta segunda-feira (6), às 17h, no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, em um show imersivo, conectado com a natureza e regido pela perspectiva cultural afro-diaspórica.
“Tudo começa na festa. Na cultura e religião de matrizes africanas. Especificamente no candomblé, a festa é o símbolo de iniciação das coisas. É através da festa que as pessoas conhecem o orixá, conhecem a casa e as suas doutrinas, ou seja, através do xirê que é assistido pelas pessoas. E quem vive no candomblé sabe que também é na festa que os orixás se manifestam em outras pessoas, já reiniciando todo o processo. Então, que comece essa nova era também através da festa”, explica Majur.
O evento Obará marca uma prévia dos trabalhos da cantora para o ano de 2025, incluindo o lançamento do seu terceiro álbum de estúdio. Neles, Majur pretende se debruçar na cultura de matriz africana, trazendo sua filosofia e leitura do mundo para a atualidade.
“Esse trabalho inteiro vai falar sobre natureza, essência, energia. Quero que as pessoas vivam a festa. Com Obará, eu vou apresentar Salvador de uma outra forma, vou trazer esse axé para cima do palco e para as pessoas poderem trocar através da música”, defende.
A festa será uma celebração da ancestralidade baiana, pontua a cantora. No repertório, serão homenageados artistas que escreveram a história da música no estado e cantaram canções de candomblé como Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de contar com canções autorais de Majur.
“Eu vou falar sobre alegrias. O que eu quero é que as pessoas se alegrem de estar lá, escutando e vivendo esse axé”, conta, animada.
Essência
Majur explica que o nome Obará vem do universo do candomblé, sendo um Odu, um caminho que representa a prosperidade e que está presente na sua vida religiosa.
“É a minha essência, faz parte do meu orixá. A prosperidade é uma energia que passa pela nossa vida e faz a gente estar no lugar certo, na hora certa. Isso é Obará”, explica.
Este significado também será explorado por Majur na sua performance, pois ela defende que o Obará ensina que prosperidade mesmo é se manter fiel a si mesmo.
“Se você sabe quem é você e a sua essência, de onde você veio, não tem como deixar de ser quem você é. Que essa festa, que significa prosperidade, possa também ressignificar a prosperidade. Eu quero motivar as pessoas a se sentirem poderosas em si mesmas”, diz.
Os principais destinos do Obará são as cidades “que movem o axé”, diz Majur, referindo-se a Salvador, Rio de Janeiro e Belém do Pará, mas a cantora garante que a expectativa é levar o show outras localidades possíveis.
“Abram o coração de vocês para que a gente possa viver esse show e que ele seja inesquecível, que seja um momento de se reenergizar, de se encontrar consigo mesmo e com a sua ancestralidade através das canções e do trabalho visual que teremos. O terceiro álbum vem aí e essa é uma prévia, então, eu convido todo mundo para essa festa, para a gente iniciar os trabalhos e iniciar a nova era”, celebra Majur.
*Com orientação da editora Doris Miranda