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Maeve Jinkings fala sobre sua personagem lésbica em Vale Tudo e homofobia: “Vivemos agora no mundo de saudosismo de um certo obscurantismo”

Atriz vai viver Cecília, que morria na primeira versão

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 11:12

Maeve Jinkings
Maeve Jinkings Crédito: Manoella Mello/Globo

A nova versão de Vale Tudo estreia no final de março e a Globo começou a realizar os primeiros eventos para promover a novela. Em uma entrevista coletiva virtual realizada nesta terça-feira (25), a atriz Maeve Jinkings falou sobre sua personagem, Cecília, que é lésbica e forma par com Laís (Lorena Lima). “Se tem uma coisa que sobrevive no tempo, que é antiquíssima, é o amor homoafetivo e a relação entre duas mulheres. Não só é um traço que permanece, como sempre existiu, mas agora falamos em um outro país [em comparação com o Brasil de 1988, quando foi exibida a primeira versão]. Um outro país, que muda, mas que também resiste a mudanças”, comparou Maeve.

Na primeira versão, em 1988, Lala Deheinzelin foi Cecília, que morria num acidente, e Cristina Prochaska viveu Laís. Sempre se especulou que Cecília morreu porque havia uma certa rejeição ao casal por parte de espectadores mais conservadores. Por causa desse conservadorismo, as duas se comportavam praticamente como amigas, com exceção de raros momentos, como uma cena em que acordavam juntas.

Maeve acha que houve evolução da sociedade, ainda que com ressalvas: “Me refiro a preconceitos que ainda permanecem, mas a gente caminha, ainda que lentamente. É curioso, porque vivemos agora no mundo de saudosismo de um certo obscurantismo, e temos a sensação de que caminhamos pouco e queremos voltar ao obscurantismo. Mas caminhamos”.

A atriz falou sobre uma discussão que acontecia na época em que a primeira versão foi exibida e envolvia a morte de sua personagem: “Lembro de ter visto uma entrevista da década de 1980 em que o público naturalizava [a pergunta]: ‘você acha que homossexuais têm que morrer?’. [Alguns diziam] ‘acho que sim, acho que merecem morrer’. Mas hoje em dia, isso não é mais aceitável. Há pessoas que resistem a isso, mas existe ao menos um constrangimento. Então, caminhamos”.

Manuela Dias, autora responsável pela nova adaptação, também se manifestou sobre o casal homoafetivo e sobre os limites que a audiência impunha: “Na primeira versão, Cecilia e Lais não se referiam a elas como namoradas, mas como amigas. Existia um esforço já de representatividade e que dialogava com aquilo que a sociedade conseguia absorver naquele momento. É uma satisfação ver que a gente andou um pouco e isso é importante. Ainda temos que andar, mas temos que andar mais um pouco”. Ainda não se sabe se a Cecília da nova versão também morrerá.