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Alô Alô Bahia
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 14:46
A mãe da sister Beatriz Reis, participante do BBB24, é baiana e cresceu no interior, na roça do pai. Aricelina Reis morou no estado até os 19 anos, quando se casou e mudou para São Paulo. Os filhos nasceram em Guarulhos, mas na infância vinham frequentemente à Bahia para curtir a família. No ano passado, depois de oito anos sem visitar os parentes, a mãe veio ao estado com as filhas, em Várzea da Roça.
“As condições financeiras dificultam, mas a saudade era grande. Era mais fácil ir quando eles eram pequenos. Fui muito com eles na Bahia, eles adoravam as vacas, tirar leite, brincar na terra do sítio do meu irmão. Mas quando não dá para ir, a gente se contenta com as fotos mesmo”, conta.
Ainda lembrando do passado no sítio do pai, Auricelina conta que a propriedade era pequena, mas tinha o suficiente para alimentar a família e vender o excedente na região.
“Eu trabalhava lá. Tinha gado de leite e plantação de milho, feijão, licuri, fruta típica do Cerrado que a gente quebrava e polia para vender. Fazíamos farinha de mandioca também, para ajudar na renda”, contou ela, em entrevista ao Globo Rural.
No início dos anos 2000, Auricelina e o marido trabalhavam como caseiros em um sítio em Guarulhos, onde moraram por sete anos. Além de cuidar da propriedade, o casal plantava alguns pés de limão, caqui e outras frutas para comercializar na vizinhança. Quando se mudaram para a região metropolitana, decidiram seguir no ramo, dessa vez, com a ajuda dos filhos e foi assim que notou o talento de Bia para as vendas.
De acordo com a mãe, o “jeitinho único” da filha era o trunfo da família: “fazia fechar as contas”. “A vida da gente foi muito sofrida, mas ela estava sempre lá, desde pequena, ajudando a vender as frutas, puxando assunto com as pessoas, apresentando os produtos, do mesmo jeito que faz até hoje. Fazia o maior sucesso. Os clientes brincavam que só compravam porque era ela vendendo”, relembra.
O comércio de rua, apesar de oferecer menos estabilidade financeira, era o que permitia maior flexibilidade na agenda de Beatriz para conseguir encaixar as aulas de teatro e os desfiles.
“Eu via que a Bia já tinha algo diferente, na forma de falar com os clientes, mas em casa também. Cheguei a levá-la ao médico para ver se ela tinha problema, porque era muito avançada. Mas tava tudo bem”, conta entre risos. "Eu me sinto muito orgulhosa. De ver toda aquela força que ela traz desde criança fazendo com que ela chegasse onde sempre sonhou. Não temos palavras. É um sonho”, diz.