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Em Salvador, Leona Cavalli encena texto escrito há cerca de cinco séculos

Monólogo Elogio da Loucura, baseado na obra de Erasmo de Rotterdam, será apresentado de sexta (8) a domingo (10), na Caixa Cultural

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 06:00

A atriz Leona Cavalli na montagem Elogio da Loucura
A atriz Leona Cavalli na montagem Elogio da Loucura Crédito: divulgação

Pode a loucura ser lúcida? A atriz Leona Cavalli assegura que sim e, segundo ela própria, é isso que acontece na peça Elogio da Loucura, que será apresentada de hoje até domingo, na Caixa Cultural. O monólogo é baseado na obra homônima escrita por Erasmo de Rotterdam (1466-1536), que é uma sátira à sociedade dos séculos XV e XVI.

Segundo Leona, estrela da peça, a Loucura na montagem é apresentada de uma forma completamente diferente da que normalmente estamos acostumados: “Ela é totalmente lúcida. E, através do seu raciocínio, com ironia e humor, vai evidenciando o quanto a nossa sociedade é louca”, diz a atriz.

Leona diz que a história, uma mistura de drama e comédia, a atraiu logo que a conheceu: “Sou apaixonada por esse texto, que é um clássico da literatura. O que me interessou foi justamente a abordagem única da loucura, não como patologia ou sofrimento, mas como integração das forças criativas e transgressoras que existem em todos nós”. O texto, embora tenha sido escrito há 500 anos, continua atual, segundo a atriz, e isso também foi fundamental para despertar seu interesse: “É tão atual que nem precisamos adaptar muito, pois parece realmente que foi escrito hoje, fala diretamente da loucura em que vivemos”.

A direção é de Eduardo Figueredo, que já trabalhou com Leona em outras montagens, como Frida e Diego, em que a atriz vivia Frida Kahlo. Também trabalharam juntos nas comédias Gatão de Meia Idade e Procuro o Homem da Minha Vida, Marido Eu Já Tive, em que ela interpretava diversos personagens. “Gosto muito da sensibilidade dele e temos cumplicidade cênica, entendo o que ele propõe sem precisar explicar muito, e isso é essencial na relação atriz e direção”, diz Leona sobre Eduardo.

Atemporalidade

O diretor também destaca a atemporalidade da obra: “Em um momento com tantas adversidades e repleto de inversões de valores éticos, políticos e sociais, um momento em que o homem apresenta sérios sinais de retrocesso e barbárie, a obra de Erasmo de Rotterdam nos apresenta uma importante reflexão sobre civilidade e empatia nos dias atuais”.

A montagem tem uma atração extra, que é a música ao vivo, com trilha original. “A linguagem proposta pelo Eduardo com música ao vivo, traz um universo de poesia e de viagem sensorial que é essencial pra fluidez do espetáculo. A trilha é belíssima e composta especialmente pra peça”, vibra Leona. O violoncelo é de Cika e Rafa Ducelli fica na percussão.

Leona tem experiências anteriores em monólogos e, logo no início da carreira, aos 16 anos, encarou um desafio e tanto: encenar sozinha Valsa Nº 6, texto de Nelson Rodrigues (1912-1980), talvez o maior dramaturgo brasileiro da história. Mais tarde, fez outro monólogo, Máscaras de Penas Penadas, de Ana Vitoria Vieira Monteiro. “Claro que textos com vários personagens proporcionam uma troca única entre os atores e o tesouro dos diálogos nas histórias. Mas monólogo é uma linguagem que também gosto, pela relação direta com o público. Amei fazer ambas!”, diz a atriz.

SERVIÇO - Elogio da Loucura | De sexta (8) a domingo (10), na Caixa Cultural (Rua Carlos Gomes) ; sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h. Ingresso: R$ 30 | R$ 15. À venda no Sympla