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Legado de Môa do Katendê chega às telas do cinema

Multiartista baiano dedicou a vida a propagar a cultura afrobrasileira

  • Foto do(a) author(a) Mari Leal
  • Mari Leal

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 06:00

Mestre Môa do Katendê foi assassinado em 2018 em meio as disputas eleitorais
Môa do Katendê foi assassinado em 2018 em meio às disputas eleitorais Crédito: Divulgação

“Eu dedico tudo ao candomblé e à capoeira”, costumava dizer o baiano de Salvador, mestre de capoeira e símbolo da resistência cultural, Môa do Katendê. A partir da próxima quinta-feira (3), a dedicação, o legado e a força de transformação cultural e social do multiartista chegarão às grandes telas do circuito comercial de cinema brasileiro no ocumentário Môa, Raiz Afro Mãe.

Além de entrevistas com o próprio Môa, gravadas nos primeiros meses de 2018, quando a ideia do filme começou a ganhar materialidade, a história do artista é contada em imagens e depoimentos de familiares, ex-parceiros,  alunos e e grandes nomes da cultura baiana, a exemplo de Gilberto Gil, Lazzo Matumbi e Russo Passapusso, do BaianaSystem, entre outros.

Romualdo Rosário da Costa nasceu em outubro de 1954, na capital baiana. Cresceu e viveu em meio à multiplicidade cultural efervescente do bairro Engenho Velho de Brotas. No final da década de 1970, quando se assumiu mestre de capoeira, Môa do Katendê, iniciou uma verdadeira revolução por meio da arte, do Carnaval soteropolitano, onde colocou nas ruas o Afoxé Badauê. Môa defendia o espalhamento da cultura afro como forma de reconexão, mas também como caminho de ascensão social, sobretudo para a juventude negra.

Mestre Môa foi brutalmente assassinado na madrugada do dia 8 de outubro de 2018, aos 63 anos, em meio às disputas eleitorais. O artista foi morto com 12 facadas em um bar no bairro onde cresceu. A eleição presidencial no Brasil fizera Môa interromper uma temporada na Europa. Retornou para a cidade natal com o objetivo de rever amigos e familiares, além de votar.

Produzido pela Kana Filmes e dirigido por Gustavo McNair, Môa, Raiz Afro Mãe tem como objetivo celebrar a vida do mestre. “A morte é um fato biográfico importante, mas a gente não fica explorando. A vida inteira do Môa é política. Depois da morte dele a gente continuou tendo certeza que o filme deveria ser sobre a vida para devolver para ele esse lugar da cultura. Deixar ele imortalizado no imaginário popular da maioria das pessoas que o conheceu depois da morte, nesse lugar do mártir político. Ele é muito mais do que isso”, McNair, que também assina o roteiro do documentário.

Documentário chega aos cinemas no dia 3 de agosto de 2023
Documentário chega aos cinemas no dia 3 de agosto de 2023 Crédito: Divulgação

O nome do filme foi uma sugestão do próprio Môa. Raiz Afrô Mãe também é o refrão de uma das músicas mais conhecidas de Môa,  além de ter sido o tema do desfile do Afoxé Badauê em 1981.

“Esse filme manteve o ideal de celebrar a vida. Mostrar toda a sua história e conexões que fazia em volta das manifestações de matriz africana. O Môa mostra acessos de reconexão com a cultura de matriz africana em seu viés cultural. Ele tem a capacidade de devolver o orgulho da nossa identidade enquanto brasileiros e das culturas originárias. A partir da raiz africana que está fixa no chão ele abre todas essas possibilidades de galhos e frutos”, acrescenta McNair.

Antes de chegar às salas comerciais, o documentário foi exibido em diversos festivais internacionais de cinema, entre eles o Panorama Coisa de Cinema de 2022, o Festival de Cinema de Alter do Chão 2022, o Festival du Cinéma Brésilien de Paris 2023 e a 15ª edição do In-EditBrasil.

"Eu me sinto honrada porque eu sempre fui fã da história e de toda luta vivida por ele, acompanhei de perto sua trajétorla e sei que não foi fácil, então esse filme é sem dúvidas uma grande conquista", afirma Jasse Mahi, filha de Môa e também cantora.

Música

Em 2022, outro projeto iniciado por Môa foi concluído, dando vida a releituras de canções compostas por ele. Também nomeado “Raiz Afro Mãe”, o produto promove encontros entre vozes da MPB e novos artistas. Emicida, Criolo, Chico César, Fabiana Cozza, Kimani, Rincon Sapiência, Edgar, BNegão, GOG, Jasse Mahi e os baianos Letieres Leite, Márcia Short, Lazzo Matumbi, Mateus Aleluia Filho, Luedji Luna e grupo BaianaSystem integram a proposta, disponível nas plataformas digitais.

Programação de 3 a 9 de agosto

Saladearte CineMAM

19:25 - Diariamente

12:00 - Domingo

Saladearte Cinema do Museu

17:00 - Sábado, domingo, segunda e quarta