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Da Redação
Publicado em 10 de março de 2024 às 12:22
À frente da Cultura durante a presidência de Jair Bolsonaro, Regina Duarte foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização por uso indevido de imagem da atriz Leila Diniz. A filha de Leila, Janaina Diniz Guerra, moveu um processo pelas imagens compartilhadas por Regina em um vídeo de apoio à ditadura. As informações são do colunista Ancelmo Gois, do O Globo.
Em 2022, Regina postou um vídeo com um discurso de Bolsonaro e, quando o ex-presidente diz "1964 foi uma exigência da sociedade" e que "as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem", aparece uma fotografia de 1968 das atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell. O protesto delas, no entanto, foi contra a censura na ditadura.
A Justiça determinou que o vídeo seja removido em até 48 horas das redes sociais. Em caso de desrespeito ao prazo, a pena é de multa diária de R$ 1 mil. Regina também precisa publicar em todas as suas redes um vídeo esclarecendo que Leila Diniz nunca apoiou o regime militar.
“Eu não poderia deixar de defender a imagem de minha mãe e nem deixar que alguém altere a história de acordo com o que quer. A utilização caluniosa da imagem de minha mãe é inaceitável e me deixa profundamente indignada. As pessoas precisam aprender a ter respeito pela memória das outras, pela imagem construída por toda uma vida” disse Janaina Diniz ao jornal.
A condenação vem em meio a reclamações de Regina Duarte de rejeição da classe artística. Ela revelou que deseja voltar a fazer novelas. O último trabalho da atriz na televisão foi em "Tempo de Amar", novela da Globo, de 2018.
“Não é impossível, mas é difícil, porque, depois de tanta coisa que eu já fiz, é meio improvável que alguém consiga me propor alguma coisa nova, que eu não tenha feito ainda”, disse ao ser questionada sobre o retorno à televisão.
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, a atriz de 76 anos de idade afirmou que foi “rejeitada” pela Rede Globo após ter declarado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.