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Influencer Thammyres Pink ganhou 3,5 mil seguidores após morte; psicólogos explicam fenômeno

Esse não é o primeiro, nem será o último caso de pessoas com fama ou relevância na internet a ganharem seguidores após perderem a vida

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 2 de novembro de 2024 às 07:05

Thammyres Pink tinha 37 anos
Thammyres Pink tinha 37 anos Crédito: Reprodução

A morte da influenciadora digital Tamires Cruz de Oliveira, conhecida como Thammyres Pink, trouxe à tona mais uma vez um assunto que é recorrente quando se trata da morte de alguma pessoa com fama ou certa relevância na internet: o aumento de seguidores após a morte.

A bacharela em Direito e empresária de 37 anos foi encontrada morta no prédio onde morava, no bairro da Vila Laura, em Salvador, no início da noite desta quinta-feira (31). Menos de 24 horas depois, ela saltou de 16 mil seguidores para 19,6 mil - ou seja, foram cerca de 3,5 mil novos seguidores após o fato. Mas por quê? O que motiva uma pessoa a começar a seguir um perfil que não será mais alimentado com conteúdo?

Clara Assis, Psicoterapeuta especialista em luto, explica o fenômeno. "As redes sociais abrem espaço para muitas razões a isso, por exemplo, uma imensa curiosidade para descobrir as causas ou quem era aquela pessoa, os comentários que irão surgir a partir da perda e a própria banalização que acontece da morte que temos hoje. Encontramos a banalização hoje diante das situações onde mais importa o que houve, os comentários e os detalhes no lugar do respeito ao momento dos enlutados. Socialmente falando temos um grande tabu ao redor da morte e isso leva ao distanciamento, mas, ao mesmo tempo, a curiosidade diante do desconhecido", explica.

A profissional diz ainda que as redes sociais se utilizam da notícia como uma “morte escancarada” e esse formato banaliza a morte e abafa os impactos emocionais diante dela. "A rede social se caracteriza hoje como um local legítimo de enfrentamento ao luto, sejam pelas homenagens ou pela possibilidade de representar algum tipo de conexão com aquele que morre. Então muitas pessoas se utilizam desse espaço como forma de se conectarem com a dor da perda e enfrentarem o processo que se inicia", completa.

Celia Cruz, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e Terapia Comportamental Dialética (DBT), ressalta que esse tipo de comportamento de passar a seguir uma pessoa após a morte é muito comum, e desperta um sentimento de pertencimento da pessoa na história daquele luto.

"O que acontece nas redes sociais pode ser um fenômeno interessante de se observar. O aumento de seguidores nas redes sociais, após a morte de alguém, pode ser por vários motivos. A gente observa que, diante da morte, as pessoas tendem a se conectar profundamente com o sofrimento dos familiares ou com a história de vida da pessoa. Seguir nas redes sociais também pode ser uma forma de homenagear a memória ou, até, uma forma de manter vivo tudo o que aquela pessoa já fez", analisa.

"Por outro lado, também pode acontecer um movimento de pessoas curiosas em saber o que aconteceu ou em conhecer mais sobre a história da pessoa. É muito comum quando a pessoa que morre é muito jovem, por exemplo, que as pessoas olhem o que a pessoa perdeu e mergulhem nisso", completa.

Thammyres era empresária e deixa um casal de gêmeos de 11 anos. A causa da morte é investigada pela Polícia Civil.