Henrique Portugal, ex-Skank, agora tem uma big band

Tecladista agora é também vocalista em banda que regravou 'Olha', de Roberto Carlos, e 'Ticket to Ride', dos Beatles

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  • Roberto Midlej

Publicado em 29 de junho de 2024 às 05:00

Henrique Portugal
Henrique Portugal Crédito: Weber Pádua/divulgação

O artista é um ser inquieto por natureza. Enquanto em outras profissões, muita gente busca um certo conforto - e até acomodação - à medida que os anos passam, boa parte dos artistas busca exatamente o contrário: se reinventar, justamente na fase da vida em que muita gente quer o sossego. E Henrique Portugal, que foi tecladista do Skank por três décadas, aos 59 anos, está na fase de renovação.

“Saí do cantinho do palco e estou indo para a frente dele”, revela o músico que resolveu assumir-se como vocalista do grupo Henrique Portugal & Solar Bigband. Mas, claro, não largou o instrumento e está também no piano da nova banda. Já estão nas plataformas de música quatro regravações que ele fez com os novos colegas: Ticket to Ride, dos Beatles; Eu Sei que Vou Te Amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes); Olha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e El Día Que Me Quieras (Carlos Gardel).

Os arranjos são aqueles das big bands, normalmente associadas ao jazz e ao grande número de músicos que a compõem. Mas, como diz Henrique, sua banda está mais para uma big band de rock que uma do estilo de Ray Conniff (1916-2002), americano que comandou uma das big bands mais populares do mundo.

A ideia de montar este conjunto surgiu numa viagem que Henrique fez aos EUA, junto com o filho, em 2019, quando o Skank ainda estava em atividade.

"Passei por New Orleans, Memphis, Nashville e Atlanta. Em New Orleans [cidade muito ligada ao jazz], tinha muita banda de rua. Na época, pensei: queria realizar o sonho de criar uma big band e fazer arranjos para músicas que eu gosto. Além disso, sempre havia sonhado ouvi-las com arranjos de uma big band"

Henrique Portugal
ex-tecladista do Skank e agora cantor

A escolha das músicas está ligada a questões pessoais, como o caso de Olha, clássico de Roberto Carlos. Foram quatro anos de negociação até conseguir a liberação dos direitos, afinal sabemos como o veterano cantor e compositor é criterioso para permitir que outros artistas gravem suas canções. Mas a insistência em conseguir a autorização do Rei tinha uma razão especial: Olha é uma marca do relacionamento de Henrique com a esposa, com quem é casado há dez anos. “Gravei essa música para ela porque uma vez eu estava no [estúdio] Abbey Road, gravando uma orquestra para Velocia [álbum do Skank de 2014] e ela mandou um áudio cantando ‘Olha’ para mim, lindo. E por muito tempo, me perguntei o que eu poderia fazer para ela que ninguém poderia fazer nem comprar”. Foi aí que decidiu gravar a canção e enfrentou outro desafio: esconder da esposa que estava preparando a surpresa.

Sobre a experiência de cantar, Henrique diz que se trata de uma “transformação completa”: “Quando você é backing vocal [função que ele cumpria no Skank, além de tecladista], você está numa corrida de cem metros: entra forte e depois fica quieto; mas quando é vocalista, é um maratonista, porque canta o show inteiro. Seu principal instrumento passa a ser a voz”. Mas a transição não foi repentina e Henrique diz que foram cerca de seis anos de preparação, até porque ele já vinha tocando o projeto paralelamente ao Skank.

E vem mais por aí: a big band de Henrique gravou também Proposta (Roberto e Erasmo); Trem Azul (do álbum Clube da Esquina) e Your Song (Elton John), que serão lançadas nos próximos meses.

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Angela Davis
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