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Estadão
Publicado em 19 de março de 2024 às 14:02
Um dos nomes mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira, "Helena" é marca registrada das novelas de Manoel Carlos. O programa Tributo - Manoel Carlos, lançado na última quinta-feira, 14, entrou em detalhes sobre as produções do autor - e revelou de onde vem a escolha do nome Helena. >
"As pessoas realmente têm muita curiosidade de saber. Dizem ‘foi sua mãe, uma irmã, uma namorada, uma primeira mulher’", contou Maneco. O autor, que completou 91 anos no último dia 14, não participou das gravações do programa. Por isso, a produção do Globoplay contou com várias falas antigas do autor, mescladas com depoimentos de atrizes que já viveram suas personagens.>
"Helena é apenas um nome que eu acho mais apropriado a um personagem do que a uma pessoa real. Talvez porque eu sempre gostei de mitologia", disse o autor. "A Helena mitológica é fantástica. E aquela história toda da Helena de Tróia ter sido uma mulher raptada, casada com o raptor, divorciada e voltou a viver com o marido depois de separar-se dele. Tudo isso me deu uma coisa, uma magia muito interessante, que me cativou muito", completou.>
Ele ressaltou, ainda, que as Helenas sempre tinham algum segredo ou mistério. "[São] mulheres infelizes no amor e também mulheres que gostam ou não sabem viver de outra maneira, de trapacear. Escondem sempre alguma coisa que elas não conseguem revelar aos filhos, ao marido", disse.>
Para ele, as personagens femininas sempre foram mais interessantes de criar. "Sempre achei e continuo achando que a mulher move o mundo. Na mulher está tudo. É mais fácil pra mim escrever sobre mulheres porque as mulheres falam as coisas. O homem não confessa que é traído. Uma mulher reúne as amigas dela, diz que o marido tem uma amante, e choram todas juntas. Então acho que as mulheres têm mais assunto", afirmou.>
Por que Lília Cabral nunca foi Helena?>
Entre as atrizes que já interpretaram as "Helenas" de Manoel Carlos, estão Regina Duarte (História de Amor, Por Amor e Páginas da Vida), Vera Fischer (Laços de Família), Christiane Torloni (Mulheres Apaixonadas) e Taís Araújo (Viver a Vida).>
Já a atriz Lília Cabral, frequentemente escalada em suas novelas, nunca foi uma Helena. Ainda na produção, o autor enviou uma carta explicando o motivo dessa escolha - e a própria atriz leu a declaração, emocionada.>
"Ela, pra mim, é a antagonista ideal. Se eu boto ela de Helena, quem é a antagonista da Lília Cabral? É difícil, cê entende?", escreveu ele. "Ela é muito boa antagonista, ela é quem combate a heroína, a rival da heroína. Ela nunca foi vilã. Ela tinha razões pra ser do jeito que ela era. É difícil dar uma protagonista para ela, por causa disso. Então, nas minhas novelas, todas elas, ela fez quase todas, e sempre se destaca.">