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Priscila Natividade
Fernanda Varela
Publicado em 18 de novembro de 2024 às 08:14
A Brasil foi surpreendido com a notícia de que a cantora Ludmilla e a sua esposa, Brunna Gonçalves, estão à espera de um bebê. A alegria tomou conta dos fãs, mas muitas perguntas de como a fertilização foi possível vieram à tona. O CORREIO explica.
No caso de Lud e Brunna, o método é o de Recepção de Oócito da Parceira (ROPA). O óvulo de uma das parceiras fecundado pelo sêmen de um doador e transferido para o útero da outra parceira que vai gestar o bebê. O médico assistente e coordenador científico da Clínica IVI, Fábio Vilela, explica o processo.
“Nós realizamos uma estimulação ovariana para fertilização in vitro em uma dessas parceiras. Após a estimulação, coletamos os óvulos que são fertilizados com um banco de sêmen de um doador. Os embriões obtidos são então transferidos para o útero da outra parceira. É o que a gente denomina de maternidade compartilhada ou gestação compartilhada em que ambas experienciam a maternidade”.
Fábio Vilela
médico especialista em reprodução assistidaNo caso da gravidez da cantora e da dançarina, o óvulo fecundado é o de Ludmilla, enquanto Brunna está gestante. As mães, que anunciaram a gestação no final de semana durante show de Ludmilla, em São Paulo, preferiram preservar a data de nascimento prevista para a criança.
Existe outra forma de um casal homoafetivo de mulheres ter filhos biológicos?
Fábio Vilela, que também é especialista em reprodução assistida pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), professor da pós-graduação em Reprodução Humana na Faculdade ZARNS e médico obstetra da maternidade Climério de Oliveira, responde que sim. Outro procedimento, mais simples, inclusive, passa também por uma inseminação por banco de sêmen.
“Uma outra maneira que podemos realizar em um casal homoafetivo de mulheres é a inseminação com o banco de sêmen com uma estimulação ovariana menor. A gente injeta o sêmen dentro do útero através de um cateter. Nesse caso, a fertilização vai ser de forma natural e tem que torcer para que os espermatozoides encontrem com o ovulo na trompa e que ocorra a fecundação. É um tratamento mais simples, mas também é um método viável”, esclarece.
O resultado positivo de Brunna apareceu no quinto dia após a realização do ROPA. "Foi um momento muito íntimo e muito marcante. E muito especial. Aí virou uma chavinha nas nossas vidas", comemorou a dançarina, em entrevista ao Fantástico (Rede Globo), no último domingo (10). Ludmilla reforçou que no mundo de hoje existem vários modelos de família e a história dela e de Brunna é um desses exemplos: “Eu não tive um pai presente. Então, eu cresci com a criação da minha avó e da minha mãe, que foram mulheres guerreiras e maravilhosas e formaram essa adulta", disse.