Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Governo de Goiás manda recolher livro que fala de racismo das escolas

Político de direita têm criticado obra, afirmando que tem cunho sexual

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 7 de março de 2024 às 17:35

Jeferson Tenório
Jeferson Tenório Crédito: Divulgação

A Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc) confirmou que mandou recolher o livro "O Avesso da Pele", de Jeferson Tenório, das escolas públicas goianas. A obra, que venceu o Prêmio Jabuti 2021, trata dos temas de racismo e educação no Brasil. A mesma medida já aconteceu no Paraná. 

“A Seduc fará a leitura e análise com vistas a definir se o livro poderá ou não ser distribuído. O objetivo é assegurar que a obra possa efetivamente contribuir com o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes”, diz comunicado da secretaria. 

O livro chegou às escolas após ser aprovado no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2022, e desde o ano passado era usado para alunos do ensino médio. A obra tem sido alvo de polêmica por ter trechos de cunho sexual.

Na Assembleia Legislativa do estado, o livro foi tema de discussão nessa semana. O deputado Amauri Ribeiro (União Brasil) criticou a obra .“Falam que isso é arte literária, para mim é pornografia”, disse. Bia de Lima (PT) rebateu o colega, afirmando que ele tirou trechos de contexto. “Os livros são destinados apenas aos alunos do Ensino Médio e o tema é racismo, não há enfoque em questões de sexualidade”, defendeu.

Tenório usou as redes sociais para criticar a decisão, afirmando que pessoas de extrema-direita estão usando "argumentos mentirosos" para espalhar desinformação. 

“O mais curioso é que as palavras de "baixo calão" e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes a ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos”, disse.

A editora Companhia das Letras divulgou nota dizendo que  “a retirada de exemplares de um livro, baseada em uma interpretação distorcida e descontextualizada de trechos isolados, é um ato que viola os princípios fundamentais da educação e da democracia, empobrece o debate cultural e mina a capacidade dos estudantes de desenvolverem pensamento crítico e reflexivo”.