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Doris Miranda
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 06:18
Giovani Cidreira está dando um novo passo em sua carreira. O cantor e compositor lança hoje (19) nas plataformas digitais seu primeiro álbum exclusivamente como intérprete. Depois de dois discos solo muito celebrados pela crítica e pelo público, ele chega agora ao seu terceiro álbum indo fundo num dos aspectos mais fortes de sua música: o canto.
Carnaval Eu Chego Lá (dobra discos / Altafonte Brasil) traz a obra de Ederaldo Gentil, um dos mais importantes nomes do samba da Bahia, mas agora sob a performance autoral de Giovani Cidreira. O trabalho do sambista ganha traços contemporâneos e força poética na voz de Giovani, que tem a companhia de Alice Caymmi, Céu, Danilo Caymmi, Josyara e Vandal, que ajudam a construir novos caminhos pra esse samba, agora marcado também por outras sonoridades
Dois homens negros, baianos, e cuja a poética é capaz de marcar o tempo. São apenas algumas da semelhanças que Giovani diz ter com Ederaldo Gentil, um dos grandes nomes do samba da Bahia, falecido em 2012. Ele se valeu, no entrando, das diferenças entre ambos para compor Carnaval Eu Chego Lá.
Giovani não se restringe a reler a música de Ederaldo. O trabalho avança com ela, dando contornos contemporâneos muitas vezes, mas atemporais na maior parte delas, fazendo o samba fundador de Ederaldo ressoar em linguagens que são próprias do repertório de Giovani. As canções surgem às vezes entortadas pelo arranjo, às vezes, amplificadas por ele. A delicadeza do canto de Ederaldo dá lugar ao canto rasgado de Giovani. Em vários momentos, o arranjo faz o papel de deixar vazios. Em outros, ele é quem preenche e ilumina a canção, com instrumentação solar, quente e afirmativa da importância desse repertório.