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Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2024 às 16:22
Nome consolidado na fotografia baiana e vencedora do Prêmio Nacional Pierre Verger de Fotografia em 2023, a carreira da fotógrafa Amanda Tropicana ganha uma nova página. Convidada para integrar o projeto Inter-Diáspora, uma exposição coletiva de artistas baianos em Moçambique, em novembro, a artista iniciou uma campanha para arrecadar recursos para participar do projeto.
Para auxiliar nos custos da viagem, Amanda realiza uma rifa de uma de suas obras, “Flores ao Mar”, impressa em fine art no tamanho 1x 1,20m. Cada ficha custa R$15. O sorteio será feito em plataforma online no dia 15 de outubro, podendo ser assistido via live para acompanhar o resultado. Essa é uma fotografia que integra o acervo permanente do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).
A artista foi contemplada no edital de mobilidade da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), que garantiu passagens e hospedagem. A rifa ajudará a cobrir outros custos, como reprodução das obras da exposição, transporte das fotografias, vistos e outros custos não contemplados na verba do edital.
O convite para “Inter-Diáspora” partiu da Flotar, uma plataforma de curadoria, em parceria com o Centro Cultural Brasil-Moçambique e o Instituto Guimarães Rosa em Maputo — onde a mostra coletiva estará em exibição, com curadoria de Juci Reis. Além de fazer parte da exposição, Amanda dará início a uma pesquisa com foco nas relações entre Salvador e África.
“Pela primeira vez, meu trabalho chegará onde sempre quis: em solo africano. Além do meu trabalho estar fazendo parte do projeto, tenho a alegria de contar que estarei em deslocamento para Moçambique para também dar início ao meu projeto chamado Foto-diáspora, uma pesquisa fotográfica que mostrará as relações culturais entre Salvador e África através das imagens”, conta.
Artista carioca radicada em Salvador desde o ano 2000, Amanda Tropicana venceu na categoria “Ancestralidade e Representação” na 9ª edição do Prêmio Nacional Pierre Verger de Fotografia, em 2023, com o ensaio “Memórias do Patiti Obá”, um registro documental realizado no solo sagrado de Xangô, no Ilê Axé Oba Tadê Patiti Obá, do qual ela é filha, fundado por Manoel Bonfim em 1907 no Engenho Velho da Federação, regido atualmente pela yalorixá Neide de Oxum, sua mãe de santo. Nele, Amanda conta, através das imagens, a vivência no ritual do terreiro.
Além desse trabalho, Amanda doou ao MAM a obra Flores ao Mar, de 2013 - uma imagem feita na Ilha de Itaparica. Na Galeria Pierre Verger, a obra “Raízes” apresenta o cotidiano das comunidades quilombolas de Lagoa do Mato, Vereda dos Cais e Sapé, em Caetité. A renda das fotografias vendidas na exposição, que pelo projeto pertence ao fotógrafo, com um percentual para a Fundação Pierre Verger, será totalmente destinada às comunidades fotografadas. É gratuita e fica em cartaz até novembro.
É integrante da coleção de fotojornalistas brasileiros do projeto “Testemunha Ocular” do Instituto Moreira Salles, recebeu o prêmio de 1º lugar no VIII Salão de Fotografia da Marinha do Brasil e possui obras permanentes no Memorial Pierre Verger da Fotografia Baiana. Também participou de mais de 30 exposições, dentre elas: as internacionais "The Fifth Annual Exposure Photography Award", no Museu do Louvre, Paris, e "Scope International Conteporary Art Show" em Miami; "Olhares Afro Contemporâneos", em São Paulo (BRA) e "IBEJI ERÓ", em Salvador (BRA). Além das exposições, integra a coleção “Fotógrafxs” da TokStok e trabalha em produções de audiovisual, como na série “Santo” (Netflix Espanha) e Samba de Santo (Globoplay).
A artista já teve publicações no site da National Geographic Brasil e em veículos impressos, como a revista alemã SportBild e nas revistas brasileiras Cláudia e Caras. Participou de eventos de fotografia, como facilitadora de oficinas e palestras como no Festival Os Brasis em SP (Red Bull Station) e na Semana de Fotografia da Bahia na Caixa Cultural de Salvador. Além disso, ensina em workshop de Fotografia Documental em aulas presenciais e online.