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Flipelô vai homenagear cantor Raul Seixas na edição de 2024

Evento acontece de 7 a 11 de agosto esse ano

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 13:52

Raul Seixas
Raul Seixas Crédito: Ivan Cardoso/Divulgação

A edição 2024 da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) vai homenagear o cantor, poeta e compositor baiano Raul Seixas, considerado o pai do rock brasileiro. Morto em 1989, Raul ao longo da vida teve uma grande paixão pelos livros, desenvolvida ainda na infância. A Flipelô acontece de 7 a 11 de agosto esse ano. 

Na adolescência, Raul passava horas na biblioteca do pai, cheia de clássicos da literatura. Além da ficção, ele tinha paixão por livros de filosofia. Raul gostava de escrever poesias, contos e também histórias em quadrinhos. Sonhava em ser escritor e citava o baiano Jorge Amado como referência. “Eu queria ser escritor, feito Jorge Amado, vivendo de meus livros, escrevendo o dia todo, com uma camisa branca aberta no peito e cigarro caindo do lado”, diz trecho do livro Raul Seixas: Uma Antologia (1992), de Sylvio Passos e Toninho Buda. 

Com suas letras de música, Raul conquistou o público brasileiro. Em seus 26 anos de carreira, lançou 17 álbuns que foram fundamentais para o rock nacional. 

Homenagem

A Flipelô sempre busca homenagear pessoas que tenham alguma relação com o universo amadiano. Entre as justificativas apresentadas por Angela Fraga, diretora executiva da Fundação Casa de Jorge Amado, é que Raul Seixas, assim como Amado, foi buscar na cultura popular o tempero de suas obras. Ele partiu do rock inspirado por Elvis Presley, mas misturou com ritmos dançantes nordestinos, como o baião e o xaxado.

"Também igual a Jorge Amado, questionou as desigualdades sociais vigentes. Raul Seixas defendia uma sociedade alternativa, o que o levou a virar alvo da ditadura militar. Teve sua obra censurada, foi perseguido e exilado", diz Ângela.

"Mas nada disso diminuiu a força da sua obra, que segue viva e atual. Raul Seixas é um dos maiores artistas brasileiros. É referência às velhas e novas gerações. Suas palavras, como as de Jorge Amado, são contemporâneas, definem o Brasil de hoje: um país que segue em uma 'metamorfose ambulante'. E é essa obra potente do Maluco Beleza que a Flipelô vai debater e reverenciar", acrescenta. 

A Flipelô é uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado, em correalização com o Sesc.