Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2024 às 15:31
Moreno Veloso, filho de Caetano, tinha apenas 20 anos quando, em 1993, virou alvo do FBI. Ele estava em um avião rumando para Nova York quando foi detido pelos agentes federais que o confundiram com um terrorista.
"Não tinha internet, ou celular. Não para a gente. Era só no Pentágono. Eu ouvi o piloto falando algo, mas eu não entendi, começou um burburinho. Em vez de pousarmos em Nova York, descemos em Washington. Desci do avião e quando fui pegar minha mala, alguém me cutucou. Era uma moça do FBI, que me pediu para segui-la. Quando cheguei uma sala, entraram dois caras enormes, que me tiraram do chão sem fazer força", relembrou Moreno, durante o "Que história é essa, Porchat?", do GNT.
Moreno não entendeu bem o que estava ocorrendo, pois tinha inglês ruim. Mas os agentes faziam perguntas muito específicas.
"A primeira pergunta era: 'qual o nome do seu orientador na faculdade de Física?' Eu estava fazendo Física na época. Mas me perguntei: 'como ele sabia?' Fiquei mais nervoso que já estava. Não existia Google. Eu disse que não estava entendendo. Quando fiquei nervoso, eles ficaram também. 'Por que você estudou russo na faculdade de física?', ele perguntou. Eu estudei...", disse Moreno.
Porchat, então, perguntou o motivo do rapaz estudar russo.
"É que era obrigatório estudar língua estrangeira. Inglês estava com a turma lotada, espanhol muito mais. Até grego estava lotado. Só sobrou russo", esclareceu o entrevistado.
Seguindo com a história, Moreno contou que o policial ordenou que tirasse a roupa. Em seguida, foi obrigado a fazer o juramento do físico.
"A gente jura que não vai usar os conhecimentos para destruir o mundo, que usaremos com responsabilidade. Eu tive que jurar em inglês. O juramento deles tinha um a mais. 'Não vou destruir o mundo e os Estados Unidos'. Os Estados Unidos ainda são mais importantes que o mundo, na visão deles. Depois disso, eles me devolveram a roupa, eu vesti e saí. Do lado de fora, eles estavam abrindo tudo que estava na minha mala e mochila".
O cantor só foi entender horas mais tarde o que de fato aconteceu.
"Peguei tudo depois, me levaram para o aeroporto. Fui para Nova York, tinha comissários de voo que eram brasileiros e eles me explicaram que iranianos ameaçaram explodir o aeroporto. 'Houve uma ameaça real de terrorismo. E você era o cara', me disseram".