Festival gratuito em Piatã tem música indígena e negra

'Frequências Preciosas' acontece neste sábado em final de tarde só com artistas mulheres

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 28 de setembro de 2024 às 05:59

Viviane Pitaya, que criou a plataforma Frequências Preciosas, se apresente neste sábado em Piatã
Viviane Pitaya, que criou a plataforma Frequências Preciosas, se apresenta neste sábado em Piatã Crédito: Rubens Shiromaro

Título: Música e representatividade

Quer curtir a oportunidade de ouvir um som novo, que raramente passa pelos palcos de Salvador? E, melhor ainda, de graça? Então, se prepare para a primeira edição do Festival Frequências Preciosas, que acontece neste sábado (28), a partir das 16h, na Praça dos Coqueiros de Piatã, conhecida por abrigar o Palco do Rock durante o Carnaval soteropolitano.

Mas, em vez de rock, o local vai receber músicos de reggae, MPB, rap, blues, batuko e eletrônica. E há, nas atrações, diferenciais importantes: a programação é composta integralmente por cantoras e DJs negras e indígenas. Estarão lá artistas como Lunna Montty, Iuna Falcão, Jéssica Caitano, Viviane Pitaya e Miss Tacacá.

O evento deste sábado é um dos frutos da plataforma Frequências Preciosas, que começou a ser criada na pandemia de 2020 por Viviane Pitaya. De lá para cá, o projeto mapeou mais de 500 artistas negras e indígenas de diversas regiões do país, que estão relacionadas no site frequenciaspreciosas.com.br. As atrações do festival saíram dessa lista.

“Percebi que, como cantora negra e independente, me faltava uma conexão mais forte com outras artistas negras e indígenas na mesma situação. Notei que conhecia poucas cantoras negras e indígenas e decidi ocupar meu tempo procurando conhecê-las. Foi aí que percebi que estava fazendo um mapeamento dessas artistas incríveis”, revela Viviane.

O projeto Frequências Preciosas, além de mapear cantoras, pretende impulsionar a carreira dos artistas. Uma demonstração disso é o que ocorreu com Beatriz Tuxá, compositora e ativista indígena que se apresenta neste sábado. A artista, que ainda tinha um espetáculo com estrutura tímida para se apresentar num grande palco, teve ajuda da produção do festival para montar seu show, segundo Julia Salgado, diretora estratégica do evento. “Beatriz tem um dos trabalhos mais bonitos que conhecemos durante a curadoria. Mas quando olhamos o portfólio dela, notamos que ainda precisava de algo mais ‘consistente’. Então, chamamos uma diretora para produzir e colocamos uma banda mais encorpada”.

A plateia vai ter a chance também de curtir o som da criadora do projeto, Viviane Pitaya, que fará uma apresentação com composições próprias. “O público vai ouvir e ver a apresentação do meu show autoral Verdadeiramente, apresentado de forma inédita com banda ao vivo. Eu escuto todo tipo de música e os ritmos que a galera vai ouvir é uma fusão de reggae com jazz, piseiro com rockabilly, e por aí vai: um gênero que eu intitulei de ‘indie pop experimental baiano’. Só ouvindo para conferir”, diz Viviane.

Em clima de pôr do sol, a Praça dos Coqueiros também vai ter a Feira da Cidade, que dará opções de alimentação ao público, além de produtos confeccionados por artesãos negros e indígenas. “A ideia é um ‘sunset’ à beira da praia. Queríamos um espaço aberto, fora da zona central, que acolhesse famílias, incluindo as crianças, que a família leve uma canga para abrir e sentar. Por isso, quisemos esse espaço”, diz Julia.

SERVIÇO

Festival Frequências Preciosas. Sábado (28), 16h. Praça dos Coqueiros de Piatã. Grátis

Série no streaming é baseada em textos de Xico Sá

Matheus Nachtergaele e Hermila Guedes protagonizam Chabadabadá
Matheus Nachtergaele e Hermila Guedes protagonizam Chabadabadá Crédito: Victor Jucá/divulgação

A ironia e a provocação do texto de Xico Sá chegaram ao streaming: estreou no Globoplay+Canais a série Chabadabadá, baseada em crônicas do escritor cearense. A produção também será exibida no Canal Brasil, na íntegra, neste domingo (29), às 18h, e sábado, dia 5 de outubro, às 22h30. Na TV, os seis episódios vão ao ar na forma de maratona, em três horas de duração.

A produção se passa no Recife e conta a história do jornalista e cronista Quincas (Matheus Nachtergaele), que foi deixado pela sua mulher Rita (Lalá Vieira) e se vê perdido. Enquanto tenta se recuperar, ele conhece Joana (Hermila Guedes), mas tem dificuldade de se permitir e encarar suas emoções.

Durante o processo de mudanças e descobertas, Quincas esbarra em histórias de amores e desamores de outros personagens - interpretados por atores locais, como Mário Sérgio Cabral, Aura do Nascimento, Mohana Uchôa e Maycon Douglas. Cada uma inspira suas crônicas e despertam reflexões sobre a complexidade dos relacionamentos no mundo contemporâneo que forçam o protagonista a rever sua masculinidade.

Matheus Nachtergaele dá suas impressões sobre a série: “Chabadabadá é um grande quebra-cabeça de pessoas tentando aprender a amar e também reflete como os papéis do feminino e do masculino estão se colocando hoje em dia no mundo. Ser um cara mais pra frente, garante uma qualidade de relacionamento? E as mulheres? Elas conquistaram o que queriam? Elas querem abrir mão dos seus homens? Que homens elas querem? O que sobrou agora para o amor? Qual é o novo amor? Acho que ‘Chabadabadá’ é uma dança de perguntas”.

SERVIÇO

Chabadabadá. Disponível no Globoplay+Canais. Exibição de todos os episódios no Canal Brasil, domingo (29), às 18h

Emocione-se com Partiste, em última apresentação

Márcia Limma, protagonista de Partiste
Márcia Limma, protagonista de Partiste Crédito: Spike Luu/divulgação

Se você ainda não viu, corra para o Teatro Módulo neste sábado (28), às 19h, para assistir à peça Partiste, com texto de Paulo Henrique Alcântara. É a última apresentação na temporada, então, aproveite! Partiste é a história de uma família de uma cidade do interior que, como na “vida real”, passa por um desmembramento natural e vive o esvaziamento do lar: uns morrem, outros viajam e há aqueles que casam e saem da casa dos pais. Enquanto isso, a matriarca vivida por Márcia Limma envelhece e precisa aprender a lidar com essas perdas, além dos conflitos por que os três filhos passam. Além do sensível texto de Paulo Henrique, que dosa humor e drama muito bem, merece destaque a belíssima cenografia de Ícaro Bittencourt (também diretor) e Zuarte Junior. Atenção também para a trilha sonora, com clássicos da MPB, como Travessia e Naquela Mesa, inseridos precisamente no espetáculo. Para rir e chorar. E o preço tá bem acessível: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Mesmo assim, achou caro? Apresente o seu cartão Clube CORREIO e pague apenas R$ 36.