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Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 18:30
- Atualizado há 2 anos
A chef Paola Carosella, 43 anos, jurada do MasterChef Brasil, falou da morte trágica dos pais em entrevista à edição deste mês da revista Marie Clarie. Paola falou que não tenta ter o mesmo sucesso que tem no Brasil em sua terra natal, Argentina.
"Não tenho essa pretensão. Talvez porque lá ainda tenha feridas abertas", disse. A mãe, a advogada Irma Polverari, morreu aos 47 anos ao se afogar em uma piscina. O pai, Roberto Carosella, 56, se enforcou um ano depois, pouco depois de Paola seguir para São Paulo.
Paola relembra sua infância e conta que os pais se separaram aos 3 anos. "Meu pai era maníaco-depressivo e foi difícil para minha mãe manter o casamento. Como ainda não existia o divórcio legal na Argentina, meu avô deu uma grana para ela comprar um apartamento em Buenos Aires para viver comigo. Só revi meu pai três anos depois, quando já estava internado em um hospital psiquiátrico", lembra a chef. (Foto: Ag. News)Mesmo com boas condições financeiras, os Carosellas não queriam bancar tratamento para o filho porque ter uma doença mental era considerado uma vergonha. Paola cresceu longe do pai, de quem tem poucas lembranças da época. "Quando perdi minha mãe, em 1999, me aproximei dele e tentei ajudá-lo. Meus avós o haviam deserdado e, toda vez que ele surtava, o internavam em manicômios públicos, uns lugares terríveis...".
Quando pensava em comprar um apartamento para o pai, ela foi convidada para trabalhar no restaurante A Figueira Rubayat, em São Paulo. "Minha vida virou de cabeça para baixo! Sem falar português, chefiava uma cozinha que atendia 1.500 clientes diariamente. Mas avisei meu pai: 'Vou deixar nosso plano em stand-by e volto para a gente retomar'. Mas ele não segurou a onda e se suicidou", lamenta.
AfogamentoPaola relembra que a morte da mãe aconteceu de maneira até hoje não totalmente esclarecida. Irma se afogou na piscina da casa em que morava. "Eu estava trabalhando, não tinha ninguém em casa. Acho difícil que ela tenha se matado, apesar de saber que não era feliz. Provavelmente, foi um desmaio na piscina, talvez pelo efeito de um antidepressivo, por não ter comido direito, uma hipoglicemia... Acho que ela se deixou ir", acredita.
Segundo a chef, embora a relação com a mãe fosse amorosa, "sempre foi de confronto". "Minha mãe era genial e divertida. Mas, quando ficava down, era muito down! Ela sofria de uma bipolaridade não diagnosticada, era workaholic e depressiva. Trabalhava duro, mas, quando chegava o sábado, trancava-se no quarto e só saía na segunda, para voltar ao escritório. Era pesado conviver com ela", relembra.
Ela chora ao pensar em como a mãe poderia estar hoje, a acompanhando com a filha Francesca, de 4 anos.