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Roberto Midlej
Publicado em 4 de março de 2024 às 08:10
Arlete Salles estreou na Globo em 1968 e já interpretou mais de 50 personagens na emissora. Mesmo sendo uma atriz popular e tendo vivido tipos inesquecíveis como a Carmosina da novela Tieta, ela raramente teve papéis de destaque nas tramas onde atuou. Agora, aos 85 anos de idade, finalmente a talentosa artista vai estar no eixo central de uma novela. E ela vem em dose dupla, já que vai viver as gêmeas Catarina e Frida Mancini em Família é Tudo, que estreia nesta segunda-feira (4), na faixa das sete, em substituição a Fuzuê.
Frida é a avó que muita gente gostaria de ter. Dona da gravadora Mancini Music, ela se casou cedo e trabalhou com o marido para erguer a empresa da família. Carismática e com espírito jovem, é do tipo que faz amizades rápido e está sempre disposta a ajudar os outros.
“É a primeira vez que vivo essa experiência de contracenar comigo mesma. Lembro da Gloria Pires (em ‘Mulheres de Areia’), que mereceu todos os nossos aplausos e merece sempre, porque é bem cansativo. E olha que isso acontece só nos primeiros capítulos, já que a Frida logo desaparece”, comenta a atriz.
Pois é: a experiência de viver dois personagens não vai durar tanto tempo, já que a executiva vai sumir - ou morrer? - durante uma viagem, que era para ser a realização de um sonho de Frida. A empresária havia passado uma temporada fora do Brasil e, quando voltou, decidiu organizar uma viagem num cruzeiro para celebrar o aniversário dela e da irmã. Mas, no fim das contas, o objetivo maior era promover o encontro dos netos, que estavam distanciados um do outro.
SUMIÇO DA VOVÓ
Os cinco netos - Vênus (Nathalia Dill), Júpiter (Thiago Martins), Andrômeda (Ramille), Electra (Juliana Paiva) e Plutão (Isacque Lopes) - são todos filhos de Pedro, que morreu num acidente. E, como cada um era filho de uma mãe diferente, eles foram se distanciando uns dos outros e a relação não é das melhores. Por isso, Frida, com seu espírito agregador, desejo reatá-los e acredita que a viagem será a ocasião ideal para isso.
O problema é que nenhum dos netos aparece e Frida acaba embarcando somente com Catarina e o sobrinho Hans Galindo (Raphael Logam). Hans é muito querido pela tia e assumiu a administração da Mancini Music, já que nenhum herdeiro legítimo tinha interesse nisso.
Depois de desaparecer em alto mar, Frida é dada como morta e surpreende a todos com seu testamento: se quiserem ter acesso à herança, os netos terão de superar as diferenças entre si morando juntos e vão ter que trabalhar para reconstruir o local que marcou o início dos negócios da família.
A missão deixada pela avó é clara: ao final de um ano, se o desempenho dos irmãos não for satisfatório – nem na convivência, nem no trabalho – eles não ganham nada e a herança será entregue ao sobrinho Hans que, com a mãe, Catarina, nunca mediu esforços para atrapalhar a relação entre Frida e seus netos.
O autor de Família é Tudo é Daniel Ortiz, o mesmo de Salve-se Quem Puder (2020). Para ele, a nova trama é "uma história sobre famílias para a família brasileira". "Acredito que as pessoas vão se identificar com as diferentes famílias da novela e seus conflitos. Todo mundo tem suas histórias de brigas familiares, de ter ficado sem querer falar ou ver determinadas pessoas", revela o autor.
Daniel garante que a história surgiu, literalmente, de um sonho: "Eu tinha de entregar uma sinopse. E tive um sonho com uma família que tinha se reunido e ficado presa em uma casa, enquanto a matriarca desaparecia. Quando acordei, gravei tudo o que eu lembrava. Fiquei um mês trabalhando nisso, seguimos e estamos aqui".
Família é Tudo. Estreia segunda-feira (4), na Globo/TV Bahia, 19h35