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Em Harvard, Ivete Sangalo lembra comparações com Daniela Mercury

Cantora participou do Brazil Conference nesse sábado (6)

  • Foto do(a) author(a) Alô Alô Bahia
  • Alô Alô Bahia

Publicado em 7 de abril de 2024 às 10:20

Ivete durante Brazil Conference, em Harvard
Ivete durante Brazil Conference, em Harvard Crédito: Reprodução

A cantora Ivete Sangalo foi uma das palestrantes da Brazil Conference, em Harvard, nos EUA, e compartilhou com uma plateia de ingressos esgotados como foi a construção da sua carreira. O evento contou ainda com outros baianos, como o publicitário Nizan Guanaes e Fabrício Bloisi, líder do iFood. Na conferência, Ivete trouxe histórias de bastidores da época da Banda Eva, quando lhe foi pedido que seguisse os mesmos passos de Daniela Mercury.

“Eu entrei na Banda Eva, aquela expectativa… Na primeira reunião, me botaram numa reunião, com acarajé e refrigerante, e aí colocaram uma fita de Daniela Mercury. E ela arrasando e, tome pirueta, e eu olhando. Aplaudi e os caras: ‘Então, Ivete, isso aí é o que está dando certo’. 
Aí eu: ‘E?’, E eles: ‘E nós queremos que você enverede nesse caminho’. Eu falei: ‘Veja bem, meus lindos, no que eu posso me inspirar na Daniela?’

“Uma mulher fazendo um show desse tem que ser determinada, muito focada, muito obstinada, muito talentosa e eu posso buscar essas inspirações’. Mas veja bem, ela é soprano e eu sou contralto. Ela é bailarina e eu tô na zaga do time lá da rua, sou jogadora de futebol. E se eu der 3 piruetas dessas eu morro de labirintite. Eu falei: ‘Das duas, uma: ou a gente vai terminar a nossa história aqui, ou eu vou escrever uma nova história”, disse.

A cantora falou ainda sobre os três pilares que sustentam sua história – foco, fé e família – e como o movimento da axé music foi definitivo para a própria carreira. “Para mim, o axé é a melhor música do mundo. Nunca abri mão disso porque isso é fortalecedor da minha história como artista”, disse.

Brazil Conference é uma conferência organizada pela comunidade brasileira de estudantes de Harvard. O conceito surgiu em 2014, quando eles fundaram um pequeno evento para celebrar os 30 anos de democracia no Brasil, mas logo ganhou destaque na imprensa, sendo apelidado de “Davos Brasileira”.

Nizan Guanaes e Fabrício Bloisi

Figurinha carimbada em Harvard, o publicitário parabenizou a performance de Ivete na Brazil Conference. “Levantou poeira e falou profundo”, resumiu ele. Nizan também foi um dos palestrantes e esteve de pé ao lado de Fabrício Bloisi, do iFood, e ambos falaram sobre pensar grande quando se deseja empreender e sobre ter foco, entre outros atributos indicados àqueles que se jogam no mundo dos negócios.

Bloisi apresentou dados que apontam o iFood como responsável por 0,5% do PIB do Brasil. “Como presidente, decido muito menos do que vocês imaginam. Eu empodero muita gente boa, que está se renovando o tempo todo”, contou. “Estou estudando porque quero continuar presidente do iFood e, sendo teórico, aprendo com os melhores sobre como manter a empresa crescendo”, acrescentou.

Ainda segundo Bloisi, todas as companhias, principalmente o iFood, precisam estar de olho e preparadas para mudanças com inteligência artificial (IA), ou então perderão espaço. Para ele, a IA vai liderar a próxima grande revolução tecnológica.

Como startup, o iFood tem as chamadas jet skis — entre 20 e 30 pequenas startups dentro da empresa, formadas por cinco a dez pessoas, que testam diariamente novos projetos (que podem, inclusive, dar errado). “O objetivo é aprender, andar rápido, descobrir o que tem de novo. Testar de novo. Ajustar o mais rápido possível. E ao mesmo tempo a gente tem uma disciplina grande. Aumentar a barra o tempo inteiro. Mas ter a paixão de inovar”

O executivo disse acreditar no capitalismo consciente. “Eu acho que eu tenho a obrigação de devolver algo bom para sociedade. Devolver, seja com dinheiro, com investimento, com educação, que é uma área que a iFood só existe por causa da educação, devolver com tecnologia. A gente tem um monte de projetos ligados à tecnologia, porque como a iFood é um centro de tecnologia no Brasil, distribuir isso para áreas públicas em volta alavanca o Brasil numa área que é fundamental pra gente”, completou.

A atriz Regina Casé encontrou-se com Nizan antes do evento e brincou: ‘Encontrei com o rei de Harvard, um humilde estudante de Harvard”, ao que ele respondeu: ‘Não sou humilde porque sou baiano, mas sou estudante. Você sabe que nós baianos tentamos ser baianos, mas não encontramos argumentos’.

Além de Ivete, Nizan e Bloisi, outras personalidades de destaque representaram a Bahia no evento. É o exemplo de Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas; Vera Lúcia, ministra-substituta do TSE e Joana Guimarães, a primeira mulher negra eleita reitora de uma Universidade Federal (UFSB).