Em audiência pelo Dia Nacional da Axé Music, Gerônimo pede que rádios voltem a tocar o gênero

Se projeto for aprovado, o 17 de fevereiro será a data da homenagem

O Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília, se encheu de artistas nessa quarta-feira (27). Nomes como Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Sarajane, Márcia Short e Robson Moraes (da Banda Mel), Rafael Barreto, da Banda Jammil, além da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, discutiram em audiência a criação do Dia Nacional da Axé Music - uma iniciativa da deputada federal Lídice da Mata.

O Cacique do Candeal ressaltou a importância dos primeiros discos de Gerônimo, Sarajane e Daniela Mercury para a sedimentação do axé. Gerônimo, que participou da sessão virtualmente, se declarou parte do axé e pediu para que as rádios voltem a tocar o gênero. Sarajane disse que o axé é bem maior que o movimento, e Brown lembrou da importância do Estudio WR, do saudoso Wesley Rangel, que foi fundamental para a explosão do fenômeno.

Luiz Caldas também relembrou da primeira vez em que cantou Fricote - a música seminal da cena Axé - e comentou sobre a volta da novela Tieta, já que ele é um dos compositores da canção.

Márcia Short falou dos tempos em que vendia acarajé com a mãe e, quando viu Margareth Menezes, decidiu que seria uma estrela assim como a atual ministra da Cultura. João Jorge enalteceu a importância do Olodum, que atraiu para Salvador nomes como Michael Jackson, Paul Simon, Jimmy Cliff e Alpha Blondie.

"Criar uma data para a axé music significa afirmar para todo o Brasil a importância que legitime esta cena que colocou a Bahia num lugar de destaque no mundo", disse Márcia.

Daniela Mercury enalteceu a importância da cena axé, da relevância dos blocos afros e encerrou puxando o coro com Chame Gente, Faraó e Música de Rua. Acompanhada da esposa Malu, a cantora estava vestida em homenagem ao álbum Feijão com Arroz, lançado no fim dos anos 1990, de grande sucesso comercial.

O projeto, agora, vai para votação na Câmara dos Deputados. Se aprovado, o dia da Axé Music será todo 17 de fevereiro. Lídice informou que vai pedir para que ele seja votado em regime de urgência.

Também participaram da audiência os jornalistas Hagamenon Brito, que cunhou o termo Axé Music, a jornalista Wanda Chase e o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, além de Manno Góes e Rafael Barbosa, cantor e o produtor e empresário da Banda Jammil, Paulo Borges.