Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Edvana Carvalho fala sobre a vida após os 50

A Inácia de Renascer está de volta aos palcos de Salvador, em monólogo de sua própria autoria

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 06:00

Edvana no palco
Edvana no palco Crédito: Diney Araújo

Depois de oito meses na TV interpretando Inácia em Renascer, Edvana Carvalho está de volta a Salvador para apresentar o monólogo Aos 50 - Quem Me Aguenta?, no Teatro Módulo. A montagem, com texto da própria atriz, é baseada na vida dela, com pitadas de ficção. 

O roteiro trata de temas como envelhecimento, relacionamentos, sexo e filhos. São assuntos sérios, porém tratados com bom humor segundo Edvana: “Tem humor e seriedade. Afinal, minha escola é o Bando de Teatro Olodum. E isso faz parte da nossa formação afro-brasileira, afro-baiana. Tratamos as dores com um canto, uma dança…”, argumenta a atriz, que integrou a primeira turma do Bando, nos anos 1990.

A ideia do texto surgiu quando Edvana se aproximava dos 50 anos de idade e a montagem estreou em 2019. “A peça é resultado de um processo íntimo meu como artista, uma prova de que posso estar sozinha no palco. É um abraço a mulheres da minha idade e que vêm do mesmo recorte social e racial que eu”, afirma. 

“Falo de discriminação com recorte social e político, até porque na época que a peça estreou havia uma divisão política muito forte. Mas falo também de assuntos leves, como vibrador, orgasmo… e até uns tipos de ‘bofe’ que querem namorar a gente aos 50. E a mulherada se diverte”, assegura a autora.

Edvana, que está atuando num monólogo pela primeira vez na carreira, diz que às vezes bate a solidão no palco. “Você vai sozinho e, se errar, não tem ninguém na coxia pra desabafar. Dá sensação de solidão, mas a vida é feita de experiências. Minha formação é do Bando, da comunidade e não tenho problemas em viver em grupo. Mas artistas precisam buscar novas experiências”, defende a atriz.

Para dirigi-la, Edvana convidou Marcelo Praddo, diretor de peças como O Corrupto, Simplesmente Elas e Vou te Contar. Além disso, Praddo tem premiada carreira como ator, em espetáculos como Boca de Ouro e Os Pássaros de Copacabana. “Embora eu seja uma atriz pronta, Marcelo me ajuda muito porque preciso da noção de um encenador para dizer o que tá legal, o que não tá… Mas fiquei muito livre durante todo o processo. Em alguns momentos, eu disse que estava com medo, mas ele me deu a mão e disse ‘vamos juntos!”.

Na TV, Edvana tinha experiências em Malhação e na novela Pega Pega. Mas foi a Inácia de Renascer - novela das nove que foi ao ar até o mês passado - que lhe deu mais destaque e projeção nacional.

"A novela passava num horário em que muita gente está em casa, então era muito vista. Mesmo com o streaming, o brasileiro mantém a cultura novelística"

Edvana Carvalho

atriz

A atriz reage sem nenhum tipo de deslumbramento ao fato de atuar ao lado de atores e atrizes consagrados: “Achei bem simples, são atores como a gente. A única diferença é que tiveram oportunidades antes de nós. Mas estavam de igual para igual comigo. Então, não teve nenhum impacto. Eu já me conhecia quando fui para lá. Quem não me conhecia era o grande público”.

Edvana diz que se surpreendeu com a repercussão da sua personagem em Renascer, que era adepta do candomblé: “Eu não sabia o que ela representava. Quando saía na rua, via que era uma comoção geral, as pessoas me tratavam como um ser divino… Era muito lindo e foi muito amor recebido. Percebi que gregos e troianos gostam dela, independente de posição social e até de questões religiosas. Até os evangélicos gostam”.

Em breve, Edvana começa a gravar um novo longa-metragem, produzido na Bahia: Arroz de Hauçá, dirigido por Camila Ribeiro. Há dois meses, ela venceu um kikito no Festival de Gramado, como melhor atriz de curta-metragem, por sua atuação em Fenda. “É uma produção do Ceará que mostra que o Nordeste não deve nada a ninguém. É uma história profunda, de mulheres pretas e mestiças que, às vezes, por conta da vida, têm que deixar os filhos para trás. Acho que ainda vai ganhar muito prêmios. Eu ganhei prêmio e estou bem metida a besta”, brinca.

Espetáculo Aos 50 – Quem me Aguenta?. Dias 4, 11, 18 e 25 de outubro, às 20h. Teatro Módulo (Pituba). R$ 80 | R$ 40.