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Dia da Consciência Negra: conheça 5 personalidades históricas importantes para a luta negra

o Dia da Consciência Negra é celebrado pela primeira como um Feriado Nacional nesta quarta (20), data que marca o assassinato de Zumbi dos Palmares

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 17:29

Personalidades negras
Personalidades negras Crédito: Reprodução

Pela primeira vez na história, o Dia da Consciência Negra é celebrado como um Feriado Nacional nesta quarta (20). Há muito a se comemorar, mas também a lutar por mais direitos e igualdade para uma população que sofre até hoje com o racismo. Nas artes, na academia, na literatura e até na advocacia muitas personalidades negras se tornaram parte história brasileira e merecem ser lembradas.

O jornal CORREIO elencou alguns dos nomes de mulheres e homens negros importantes para a celebração e luta que dão significado a esta data, que marca o assassinato morte do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi.

1) Luiza Mahin

Luiza Mahin
Luiza Mahin Crédito: Reprodução

Luiza Mahin foi uma escravizada, que liderou a Revolta dos Malês, maior rebelião popular de escravizados da história, ocorrida em 1835 em Salvador. O levante, protagonizado por cerca de 600 escravizados africanos mulçumanos, foi um grito de resistência contra a opressão e a injustiça da escravidão.

Luiza viveu na primeira metade do século 19 e seu único registro foi feito em 1880 pelo advogado, escritor e abolicionista Luiz Gama (1830-1882), seu filho. A partir desta carta, Mahin entrou para a memória histórica do povo negro brasileiro como uma grande referência na luta contra a escravidão.

2) Luiz Gama

Luiz Gama
Luiz Gama Crédito: Reprodução

O poeta e advogado negro Luiz Gonzaga Pinto da Gama, conhecido por Luiz Gama foi filho Luiza Mahin, negra africana que lutou pela liberdade dos escravizados na Bahia na década de 1830, e de um branco herdeiro de família rica de ascendência portuguesa – cujo nome até hoje é desconhecido.

Gama foi vendido pelo próprio pai como escravizado e passou a infância, a adolescência e o início da juventude em cativeiro até conseguir sua liberdade, aos 18 anos. Sendo o protagonista de uma luta coletiva, Luiz se formou em Direito e conseguiu liberar, através da carta de alforria, mais 500 negros no Brasil colonial.

3) Milton Santos

Milton Santos
Milton Santos Crédito: Reprodução

O geógrafo brasileiro Milton Santos viveu entre 1926 e 2001, sendo uma das personalidades negras importantes para a construção de conhecimento sobre o mundo em que vivemos. Considerado por muitos o maior pensador da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo, Milton Santos escreveu e abordou temas como a epistemologia da Geografia, a globalização e o espaço urbano.

Baiano, Milton Santos também foi professor universitário, desenvolvendo ideias que ficaram conhecidas como Nova Geografia. Milton defendeu que o uso de um território é político e defendeu uma atenção especial para a economia urbana dos países chamados “subdesenvolvidos”, para que os povos pudessem dar um novo sentido à humanidade.

4) Carolina Maria de Jesus

Maria Carolina de Jesus
Maria Carolina de Jesus Crédito: Reprodução 

Carolina Maria de Jesus que viveu de 1914 até 1977 foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, uma das primeiras mulheres negras reconhecidas na profissão. A paulista Carolina ficou famosa por seu primeiro livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas.

A publicação e a tiragem recorde, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelaram o interesse do público e da mídia da época pelo ineditismo da narrativa da favelada catadora de papeis e lixos recicláveis. Carolina Maria de Jesus também tem outros títulos publicados como “Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada (1961)”, “Pedaços da fome (1963)”, “Provérbios (1965)” e o póstumo “Diário de Bitita (1986)’.

5) Abdias do Nascimento

Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento Crédito: Reprodução

Abdias Nascimento nasceu no interior do Estado de São Paulo, em 14 de março de 1914, neto de africanos escravizados e filho de pai sapateiro e mãe doceira. Formado como Contador e Economia, Abdias participou da Frente Negra Brasileira, que teve as atividades encerradas pela ditadura do Estado Novo (1937-1945).

Abdias foi preso durante o governo Vargas e perseguido pela Ditadura Militar no Brasil, mas seguiu plantando sementes para a união do povo negro, chamado de "quilombismo", e para o combate ao racismo. Ele se tornou um escritor de livros renomados como “O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racismo mascarado” e “O Quilombismo”.