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Desfile do projeto Ponto da Moda celebra sustentabilidade e moda circular

A iniciativa, patrocinada pela Braskem, qualificou 34 moradores da região do Uruguai para atuarem no setor de Confecções

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2024 às 19:23

Desfile do projeto Ponto da Moda celebra sustentabilidade e moda circular Crédito: Divulgação

O Condomínio Bahia Têxtil, no bairro do Uruguai, em Salvador, foi palco do desfile de formatura, neste sábado (5), de mais uma edição do Ponto da Moda. Com o tema Sustentabilidade e Moda Circular, o projeto certificou 34 participantes do curso gratuito de Operador Polivalente do Setor de Confecções, com competências desenvolvidas nas áreas de Costura Industrial, Desenho Técnico, Empreendedorismo e Sustentabilidade.

Foram cerca de 70 looks criados e produzidos pelos próprios alunos, que além de utilizarem tecidos tradicionais, reutilizaram peças que seriam descartadas e materiais recicláveis. A iniciativa é uma realização da Lavoro Brasil, com patrocínio da Braskem e apoio do Condomínio Bahia Têxtil, do Arranjo Produtivo Local de Confecções da Bahia (APL Confec-BA), do Sindicato da Indústria de Vestuário do Estado da Bahia (Sindvest) e do Instituto São Paulo de Arte e Cultura (ISPAC).

Alessandra de Oliveira Cruz, de 28 anos, foi uma das formandas. A moradora do bairro de Massaranduba, está desempregada e enxergou no curso a possibilidade de voltar ao mercado de trabalho. “Como gosto de costurar, vi no curso como uma oportunidade maravilhosa, uma porta de emprego”, explica. Para o desfile ela apresentou looks sustentáveis, produzidos com materiais como sacos de lixo, lona plástica, embalagens de salgadinho e lacre de latinha.

Materiais recicláveis e roupas que seriam descartadas também serviram de matéria prima para as peças que Rosilene Lopes dos Santos, de 41 anos, apresentou na passarela. Ela empregou a técnica conhecida como upcycling para uma saia e jaqueta reutilizando dois vestidos que já possuía. “Utilizei materiais plásticos que embalavam eletrodomésticos e vasilhame de água sanitária para criar o conjunto de saia e blusa, sandália e arranjo de cabelo”, explica ela, que desfilou ainda um vestido produzido do zero com tecido disponibilizado pelo curso.

Rosilene, que conciliava as aulas do curso com os afazeres domésticos e os cuidados da família, sonha agora em poder atuar na nova profissão. “Esse tempo de aprendizado foi fantástico e minha expectativa agora é conquistar uma vaga de emprego na área”, afirma a moradora de Santa Luzia, bairro vizinho ao Uruguai. As demais peças apresentadas no desfile foram produzidas com tecidos variados, a exemplo do brim, sarja, tricoline, viscose e jeans.

Para Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia, esse é sempre um momento de muita emoção. “Podemos ver na passarela toda criatividade, dedicação e as técnicas aprendidas pelos participantes durante as aulas do Ponto da Moda. Esse projeto visa não só formar costureiros polivalentes, profissionais que tenham o domínio na operação de diferentes máquinas utilizadas no segmento, mas também despertar neles a vocação empreendedora e o olhar para a economia circular”, destaca.

Desde o início, o projeto já formou 162 alunos com média de empregabilidade de 47% desses profissionais. O diretor da Lavoro Brasil e coordenador técnico do Ponto da Moda, Artur Santos, ressalta a formação completa do curso. “Nossos alunos trilharam uma jornada do conhecimento, onde puderam aprender muito mais do que costurar, desenhar e desenvolver produtos de moda. Entregamos mais que profissionais formados, entregamos a renovação da força de trabalho das indústrias de confecção”, afirma.

No total, foram oferecidas 350 horas de aula, distribuídas em quatro módulos e uma aula especial onde os participantes puderam aprender técnicas de desfile em passarela, como postura, expressão corporal, passo e caminhada. Ainda durante o evento, foi realizada a doação de 600 peças entre camisas e shorts para a Associação João de Deus e a Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia, que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social no bairro do Uruguai. As peças, que foram confeccionadas durante as aulas do curso, irão beneficiar crianças e adolescentes das duas instituições.

O presidente do Sindicato de Vestuário do Estado da Bahia (SINDVEST) e APL de Confecções do Estado da Bahia, Hari Hartmann, comemorou a conclusão de mais uma edição do projeto. "São quase 200 alunos treinados ao longo desses dois anos de parceria, muitos deles em situação de vulnerabilidade social e que agora estão inseridos ou chegando ao mercado de trabalho. O projeto vem sendo aperfeiçoado ao longo do tempo, se tornando mais abrangente para atender melhor às demandas do mercado", assinala Hartmann.