Desembargador revoga ordem de prisão do cantor Gusttavo Lima

Artista não chegou a ser preso

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Publicado em 24 de setembro de 2024 às 16:26

Gusttavo Lima
Gusttavo Lima Crédito: Reprodução

A Justiça de Pernambuco revogou a ordem de prisão do cantor Gusttavo Lima. "Afasto, também, a suspensão do passaporte e do certificado de registro de arma de fogo, bem como de eventual porte de arma de fogo e demais medidas cautelares impostas", diz trecho da decisão desta terça-feira (24) do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão.

Hoje, a Polícia Federal chegou a pedir a inclusão do cantor na difusão vermelha da Interpol. Ele já tinha sido incluído no Sistema de Tráfego Internacional. Segundo informações do colunista Leo Dias, Gusttavo estava na casa dele em Miami, nos EUA. 

A prisão do sertanejo havia sido determinada ontem, por conta da Operação Integration, que investiga jogos ilegais e lavagem de dinheiro por meio de casas de apostas (as bets, que são regulares).

Auxílio em fuga

Segundo a polícia, Gusttavo teria auxiliado o empresário José André da Rocha Neto a fugir da polícia após ter tido prisão preventiva decretada. O empresário  é dono das bets Vai de Bet e Pix365 e da holding JMJ Participações - as últimas duas são investigadas na operação que foi deflagrada em 4 de setembro. Na época, o empresário estava na Grécia com Gusttavo Lima.

A defesa do artista diz que ele é inocente. Diz também que a decisão é injusta e os fatos serão esclarecidos e combatidos juridicamente (leia mais abaixo). 

O inquérito policial que levou ao pedido de prisão do sertanejo afirma que ele deu "guarida (abrigo) a foragidos", se referindo Rocha Neto e sua esposa, Aislla Rocha. Diz também que "sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas".

"A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado", diz.

O documento ressalta a proximidade de Lima com o casal. Os três foram juntos, em um avião do cantor, para a Europa. Na ida, a aeronave transportou os investigados seguindo o trajeto Goiânia - Atenas - Cavala (ambas cidades na Grécia). Já na volta, o percurso foi Cavala - Atenas - Ilhas Canárias - Goiânia.

"Curiosamente, José André e Aislla não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça" afirmou a autoridade policial no documento, sugerindo que eles possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias (comunidade autônoma espanhola).

"Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima (nome de batismo de Gusttavo Lima) com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade", acrescenta.

Outro laço entre Lima e Rocha Neto é a venda do avião no nome do sertanejo para a empresa JMJ Participações. Segundo a polícia, a transação foi de R$ 22 milhões. Outros valores também estariam guardados no cofre da empresa do cantor referentes a jogos ilegais comandados pelas bets.