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Carol Neves
Publicado em 24 de março de 2025 às 13:54
O julgamento do astro francês Gérard Depardieu teve início nesta segunda-feira (24), às 13h45 (horário da França), marcando um capítulo crucial na série de denúncias de assédio e violência sexual que o cercam. O processo atual foca em duas alegações de abuso ocorridas durante as filmagens de "Les Volets Verts" (2021), mas o ator, de 76 anos, acumula cerca de 20 acusações no total – incluindo um caso de estupro em 2018. >
Segundo as vítimas, Depardieu as agarrava, imobilizava com as pernas e proferia obscenidades enquanto as tocava inapropriadamente. Três testemunhas confirmaram um dos episódios, segundo o Ministério Público. As alegações remontam também a 2014, quando uma ex-assistente de direção o acusou de assédio durante um curta-metragem. >
Jeremie Assous, advogado de Depardieu, classificou as acusações como "falsas" e prometeu refutá-las no tribunal. Ele destacou que o ator, que recentemente passou por uma cirurgia cardíaca e enfrenta diabetes agravada pelo estresse, terá sessões limitadas a seis horas diárias. O julgamento, inicialmente previsto para dois dias, pode se prolongar. >
O contexto do #MeToo francês>
O caso reacende o debate sobre violência sexual na indústria cinematográfica francesa, onde o movimento #MeToo tem ganhado impulso. Há um mês, o diretor Christophe Ruggia foi condenado por abusar da atriz Adèle Haenel na adolescência. Parlamentares também interrogaram figuras como Jean Dujardin sobre o tema – muitos pediram audiências sigilosas. >
Carine Durrieu-Diebolt, advogada de uma das acusadoras, comparou a batalha judicial a "Davi contra Golias", citando o temor de retaliações contra profissionais menos influentes. Entre as presentes no tribunal está Charlotte Arnould, primeira a denunciar Depardieu em 2018, e a atriz Anouk Grinberg, que relatou comportamentos misóginos nas filmagens. >
Ícone do cinema com mais de 200 obras, Depardieu venceu um Globo de Ouro e dois César, além de estrelar clássicos como "Cyrano de Bergerac" e "O Conde de Monte Cristo". Agora, sua reputação é posta à prova no julgamento.>